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    LUCRO E ESCRAVIDÃO

    Sobre as grandes marcas ''explorarem'' mão-de-obra barata em países pobres devo dizer que, se essas marcas tivessem que pagar os mesmos salários em qualquer lugar do mundo, ou seus fornecedores, não levariam trabalho para países pobres. Permaneceriam no ''primeiro mundo''. Além disso, não é necessariamente uma escolha simples, haja vista que queremos pagar menos e o preço final tem muito mais que mão-de-obra. Além disso, qual a situação dessas gentes sem essas empresas exploradoras? Entenda que, por pior que possa parecer, ainda é melhor do que sem a tal exploração.

    É também necessário entender que isso significa transferência de tecnologia e a criação de uma rede de serviços, manutenção de equipamentos etc. Olhar apenas pelo ângulo do salário X escravidão é minimizar a questão. Há uma imensa estrutura que se forma em torno de uma grande empresa. Inclusive de pequenos negócios onde, quem era funcionário antes, é patrão agora.

    Detroit (EUA), de Capital do Automóvel à falência

    Lembram-se das montadoras de veículos que quebraram nos EUA? O que era Detroit, senão a Meca dos carros? Pois é, pagavam muito bem seus funcionários, fruto da pressão predatória dos SINDICATOS, até que os Tigres asiáticos entraram em cena. Ou seja, é o óbvio: paga-se bem até que a lucratividade esteja em risco. E quem, em sã consciência, vai manter uma empresa sem lucro? O consumidor, que paga todo a cadeia produtiva de um bem está disposto a mantê-la? Ou quer "mais barato"?

    Porém, o quê compõe o preço de venda para vislumbrarmos a engenharia que envolve um tênis produzido no Afeganistão? Bem, sem muito detalhes, mas indo ao essencial: fornecimento de matéria-prima, mão-de-obra, o custo de prestadores de serviços (manutenção etc), transporte, custos fixos (energia, água etc), administração, desenvolvimento (principalmente na moda), departamento comercial e mídia. EUA, Afeganistão ou Brasil, as condições sistêmicas de produção são as mesmas.

    Basta uma olhada rápida nas publicações do Sebrae, por exemplo, para ver que  parte das falências têm o ingrediente do não cálculo preciso de todos os custos. Em princípio se forma uma concorrência desequilibrada, quando um vende mais barato por não saber seus reais custos e o outro perde mercado por fazê-lo.

    Fazer o preço de venda é uma ciência e limitar ao salário é desconsiderar tudo que envolve um par de tênis até que esteja no teu pé. O trabalhador quer pagar menos e ganhar mais! Outrossim, o trabalhador não se apercebe que está fazendo uma troca e o que ele tem a oferecer tem um valor para quem paga, tem um custo. E, em geral, poucos têm algo além do trivial para oferece, mesmo achando-se o suprassumo das virtudes.

    O mercado tem regras inatas e qualquer influência, diga-se políticos que querem agradar nichos eleitorais em nome de uma suposta conquista de direitos, dá em desastre. No mercado a liberdade tem vários aspectos e o principal, diante da renda, é que um trabalhador pode ser patrão se empreender! Pode sair da ''escravidão'' para o lucro.

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