• Recentes

    APRENDEMOS PELA DOR?

    "Se não aprende pelo amor, aprende pela dor".

    Mais um mito. Mais uma mentira pra fazer de conta que nos consolamos. Mais uma forma de desprezo por aqueles que erraram e queremos tripudiar. Mais uma forma de alguns se sentirem superiores a outros. Mais um clichê nojento. "Eu aprendi sem sofrer porque sou melhor", é o que está exposto.

    As dores não nos fazem melhores. Podem nos fazer piores, duros, secos, escondidos, amargos, desconfiados de tudo e até enclausurados. (Dores não me fizeram melhor. São memórias ruins que, por serem recorrentes no travesseiro, açoitam cicatrizes). Quem, em sã consciência, pode alegrar-se das consequências ruins de erros? E as consequências ruins de acertos?

    A obstinação de quem é mau é sua motivação, sua resiliência e sua força
    Não são como o esforço, duro, suado, que trocamos por bens, conforto ou viagens. Não há recompensa pelo sofrimento, apenas saldos negativos porque nos tiram tempo, tiram prazer de viver, nos tiram momentos que poderíamos rir com quem amamos. Ou mesmo nos afastam de amores. Afinal, a morte, por exemplo, é um processo arquivado, sem recursos, sem Habeas Data, sem, sequer, primeira instância. Não há uma "com a devida vênia" diante do agressor.

    Buscamos apenas evitá-las como se tomássemos analgésicos mentais. No máximo ensinam a nos proteger daquilo que nos aflige, se é que conseguimos, já que há dores que se repetem porque não depende de nós extingui-las. Um isolamento aqui, um som alto acolá, um telefonema não atendido, um convite não aceito, um bater cartão mecânico, um Rivotril...

    Não fomos e jamais seremos capazes de ignorar a dor e simplesmente ver o que produziu de bom. Dor dói! Nenhum exército se rende por reconsiderar sua causa, senão pela superioridade do outro. Os maus, quando deixam seus males, o fazem apenas por medo da punição se repetir, ou pela ameaça iminente. Somente os bons melhoram.

    Quando me encontro com pessoas boas, que não sofreram duramente na vida, sinto alegria porque são assim espontaneamente. São, apenas são. Passam aquela sensação deliciosa de paz. São como um prédio lindo, concebido lindo, sem puxadinhos, sem escoras, sem remendos, sem reformas.

    Um suposto bônus não encobre o ônus. Por isso, a exaltação do sofrimento, muitas vezes vindo da religião, aplaudida pela fé no nada, não faz sentido. Contudo, o resultado para a sociedade de vários males é notório. A produção de riqueza e bem-estar a partir do ruim (guerra, fome e doenças) é incontestável. Tal coisa mostra que o bem é improdutivo, confrontando a ideia de um Deus amoroso, ou um tal "bem supremo". Essa aparente incoerência da vida é assustadora.

    Por fim, sem apegar-me à possibilidade de produzir alguma melhora para alguém, resta apenas meu protesto contra essa gente burra, rasa, incapaz de olhar os fatos, que nega o incontestável e reproduz esses clichês.

    Lula nada aprendeu com a cadeia. Pelo contrário, voltou à cena como candidato para fazer o que saber muito bem: MENTIR, ILUDIR, ENGANAR. Somente os bons melhoram.

    E tenho dito!

    Nenhum comentário

    Comentários com conteúdo agressivo não serão publicados.