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    Para Paulo Freire "O capitalismo produz miséria na fartura"

    Para Paulo Freire "O capitalismo produz miséria na fartura".


    Antes, porém. No texto grifado salta a incoerência de ser contra qualquer discriminação fazendo discriminação. Afinal, quem prega luta de classes precisa criar critérios classistas, selecionar gentes dentro desses critérios, convencer gentes de que "pertencem" a determinada classe e precisa exaltar umas em detrimento de outras. Ora, isso é totalmente discriminatório. Mas não é este o ponto desse arrazoado.

    Quanta imbecilidade ao falar do capitalismo, já que é justamente o contrário: o capitalismo produz fartura na miséria. A pobreza, a miséria, é nossa condição primeva, nossa condição natural. Nascemos sem proteção natural para o frio e calor. Dependemos de produtos frutos da produção (roupas etc). Nossa segurança e alimentação depende do grupo em que nascemos e este de outros grupos que possa ter acesso. Toda e qualquer riqueza, conforto, é produção humana, pois não há quaisquer benefícios em viver na "natureza". Na natureza somos ameaçados constantemente. Por outro lado, a riqueza impõe trocas (mercado), já que ninguém produziria tudo de que precisa.

    A fartura só é possível na produção além do próprio consumo, a qual é inserida num mercado onde o lucro é a regra. Se produzo 1 kg de algum produto e isso me é suficiente, passo a produzir 2 kg para trocar 1 kg excedente com alguém que produza outro bem de que preciso. Nesse momento entram em cena fatores que definem preço: tempo e custo de produção, transporte, riscos de perdas etc. Além disso, há a inflação. Num ano de boa safra os preços caem pelo excesso de produto e noutro, com pragas ou clima ruim, preços sobem porque a quantidade produzida é menor que a demanda. Ou se o que preciso está a dezenas ou centenas de quilômetros. Sequer é possível armazenar alimento sem alterar o meio-ambiente com excedentes de produção que geram essas trocas (escambo).

    Nesse sentido o capital é a única forma de reverter a condição de pobreza pela exploração, pelo lucro, pela oferta de bens e serviços, pelo acúmulo que leva à expansão de investimentos no que chamam os economistas de "ciclos virtuosos". O capital vem do acúmulo de riqueza, onde melhoro minha condição através do recebimento acima da necessidade. Ou seja, ao fazer uma reserva posso adquirir outros bens.

    A tal igualdade (inexistência de exploração do homem pelo homem) não produziria melhoras, tanto que, jamais, em momento algum da história humana, foi possível. A igualdade só é possível na miséria. É da natureza da riqueza gerar desigualdades e delas gerar novos ciclos de mais geração de riqueza pela constante superação da desigualdade.

    O delírio desse "educador" é tão evidente que o resultado de suas hipóteses (aquilo que ainda não foi analisado pelo método científico) educacionais estão evidentes na miséria intelectual de nossa gente. Em todos os seus escritos versa o combate da miséria no confronto com quem tem riqueza, jamais pela geração de mais riqueza. Freire não leva ninguém a superar seus infortúnios pelo seu esforço, pela inserção no mercado ou produção de algum bem para trocar por outros bens e, assim, para chegar à condição do outro. Pelo contrário, prega a destruição do outro. Ele jamais diria algo como "Olhe como é bom ser rico. Trabalhe para conquistar essa posição!".

    Todo o pensamento desse deseducador parte de premissas falsas como a que gerou esta postagem.

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