CRICIÚMA CONSTRUÇÕES NÃO TEM RECURSOS PARA 92 OBRAS
Matéria do Diário Catarinense do dia 24/04/2015, às 21h37.
Criciúma Construções não teria estrutura para concluir 92 obras paradas, diz MP
Criciúma Construções não teria estrutura para concluir 92 obras paradas, diz MP
Por Gabriel Rosa - gabriel.rosa@diario.com.br
Sócio-proprietário e diretor financeiro da empresa, além de proprietário de supermercado de Criciúma, continuam presos preventivamente após operação na quinta-feira.
Com 92 empreedimentos parados e mais de 8,8 mil clientes prejudicados, a Criciúma Construções não teria como concluir as obras e cumprir os acordos firmados com os compradores. Segundo o Ministério Público catarinense (MP-SC), esse é um dos motivos que levaram à prisão preventiva de dois dos dirigentes do grupo empresarial nesta quinta-feira.
O proprietário de um supermercado do Sul do Estado também foi preso preventivamente durante a operação, mas sua relação com o caso não foi comentada.
Cinco promotores investigam o caso desde maio de 2014, escutando mais de 600 pessoas e reunindo inúmeros documentos. Os relatos culminaram na prisão de Rogério Cizeski e Ramon Geremias – sócio-proprietário e diretor financeiro da Criciúma Construções – e de Amilton Martins, proprietário do Martins Supermercados.
Os três foram presos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e estão no Presídio Santa Augusta, em Criciúma. Os agentes também efetuaram oito de busca e apreensão, deferidos pela 1ª Vara Criminal do município. As ações foram realizadas em cinco residências e um supermercado em Criciúma, uma empresa em Morro da Fumaça, e na sede da construtora, em Içara.
Procurado pela reportagem, o advogado Albert Zilli dos Santos, que responde por Rogério Cizeski e Ramon Geremias, disse que não irá comentar o assunto antes de analisar o material do MP-SC.
O Diário Catarinense também entrou em contato com a sede e as filiais do Martins Supermercados, de propriedade de Ademir Martins, mas não obteve retorno ou informações sobre a defesa até a noite desta sexta-feira.
Denúncias de estelionato, falsidade ideológica e fraude
Segundo a investigação, o grupo Criciúma Construções é constituído por 72 pessoas jurídicas, sendo quatro empresas-mãe e várias menores, que comercializavam os imóveis e apartamentos.
Os promotores afirmam que houve prática de infrações penais como venda de apartamentos sem a prévia incorporação imobiliária, estelionato, parcelamento irregular do solo urbano, falsidade ideológica, fraude processual, ocultação de bens provenientes de infração penal e crimes relacionados à falência.
— A empresa precisaria de um volume estratosférico de recursos para cumprir os compromissos. Diante disso, o Ministério Público identificou vários crimes relacionados à administração da empresa, ou seja: praticado pelos seus próprios diretores, dirigentes e outras pessoas — afirmou o promotor Cleber Lodetti de Oliveira.
O MP-SC deve ouvir mais pessoas e ajuizar denúncia criminal durante as próximas semanas. Segundo os promotores, a grande quantidade de materiais apreendidos nesta quinta-feira devem auxiliar na condução das investigações.
Em entrevista ao DC, o advogado da Associação Geral dos Credores da Criciúma Construções, Marcos Rinaldo Fernandes, considerou as investigações uma "perspectiva de futuro recebimento" dos valores.
Relação de proprietário de supermercado não foi divulgada
Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta, os promotores evitaram dar detalhes dos procedimentos realizados ou do futuro das investigações. A atuação de Ademir Martins e os motivos de sua prisão, por exemplo, não foram comentados.
— Foi constatada a participação direta nas ações realizadas pela Criciúma Construções, mas no momento, o MP-SC não pode adiantar nada. Nas próximas semanas serão ajuizadas as ações penais sobre o caso.
Fotos que mostram um homem que seria Rogério Cizeski de uniforme laranja e algemado circulam na internet, mas o MP-SC afirmou não ter responsabilidade sobre o investigado após encaminhá-lo ao sistema prisional e preferiu não comentar o assunto. A veracidade da imagem não foi confirmada.
ENTENDA O CASO:
• A empresa é alvo de ações do Ministério Público desde o ano passado. Em maio de 2014, promotores instauraram inquérito civil e procedimento investigatório criminal para apurar atos praticados na administração da Criciúma Construções. Foram os procedimentos que culminaram na operação desta quinta-feira.
• Para proteger o direito dos consumidores que teriam sido lesados, o MP-SC também ajuizou 28 ações civis públicas.
• Em outubro de 2014, o MP-SC começou outra investigação para garantir os direitos trabalhistas de 400 funcionários demitidos por alegações da empresa de não poder arcar com salários e rescisões contratuais.
• O proprietário de um supermercado sediado em Criciúma também foi detido nesta quinta, mas a relação do empresário com a investigação não foi informada pelo Ministério Público.
DIÁRIO CATARINENSE
Sócio-proprietário e diretor financeiro da empresa, além de proprietário de supermercado de Criciúma, continuam presos preventivamente após operação na quinta-feira.
Com 92 empreedimentos parados e mais de 8,8 mil clientes prejudicados, a Criciúma Construções não teria como concluir as obras e cumprir os acordos firmados com os compradores. Segundo o Ministério Público catarinense (MP-SC), esse é um dos motivos que levaram à prisão preventiva de dois dos dirigentes do grupo empresarial nesta quinta-feira.
O proprietário de um supermercado do Sul do Estado também foi preso preventivamente durante a operação, mas sua relação com o caso não foi comentada.
Cinco promotores investigam o caso desde maio de 2014, escutando mais de 600 pessoas e reunindo inúmeros documentos. Os relatos culminaram na prisão de Rogério Cizeski e Ramon Geremias – sócio-proprietário e diretor financeiro da Criciúma Construções – e de Amilton Martins, proprietário do Martins Supermercados.
Os três foram presos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e estão no Presídio Santa Augusta, em Criciúma. Os agentes também efetuaram oito de busca e apreensão, deferidos pela 1ª Vara Criminal do município. As ações foram realizadas em cinco residências e um supermercado em Criciúma, uma empresa em Morro da Fumaça, e na sede da construtora, em Içara.
Procurado pela reportagem, o advogado Albert Zilli dos Santos, que responde por Rogério Cizeski e Ramon Geremias, disse que não irá comentar o assunto antes de analisar o material do MP-SC.
O Diário Catarinense também entrou em contato com a sede e as filiais do Martins Supermercados, de propriedade de Ademir Martins, mas não obteve retorno ou informações sobre a defesa até a noite desta sexta-feira.
Denúncias de estelionato, falsidade ideológica e fraude
Segundo a investigação, o grupo Criciúma Construções é constituído por 72 pessoas jurídicas, sendo quatro empresas-mãe e várias menores, que comercializavam os imóveis e apartamentos.
Os promotores afirmam que houve prática de infrações penais como venda de apartamentos sem a prévia incorporação imobiliária, estelionato, parcelamento irregular do solo urbano, falsidade ideológica, fraude processual, ocultação de bens provenientes de infração penal e crimes relacionados à falência.
— A empresa precisaria de um volume estratosférico de recursos para cumprir os compromissos. Diante disso, o Ministério Público identificou vários crimes relacionados à administração da empresa, ou seja: praticado pelos seus próprios diretores, dirigentes e outras pessoas — afirmou o promotor Cleber Lodetti de Oliveira.
O MP-SC deve ouvir mais pessoas e ajuizar denúncia criminal durante as próximas semanas. Segundo os promotores, a grande quantidade de materiais apreendidos nesta quinta-feira devem auxiliar na condução das investigações.
Em entrevista ao DC, o advogado da Associação Geral dos Credores da Criciúma Construções, Marcos Rinaldo Fernandes, considerou as investigações uma "perspectiva de futuro recebimento" dos valores.
Relação de proprietário de supermercado não foi divulgada
Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta, os promotores evitaram dar detalhes dos procedimentos realizados ou do futuro das investigações. A atuação de Ademir Martins e os motivos de sua prisão, por exemplo, não foram comentados.
— Foi constatada a participação direta nas ações realizadas pela Criciúma Construções, mas no momento, o MP-SC não pode adiantar nada. Nas próximas semanas serão ajuizadas as ações penais sobre o caso.
Fotos que mostram um homem que seria Rogério Cizeski de uniforme laranja e algemado circulam na internet, mas o MP-SC afirmou não ter responsabilidade sobre o investigado após encaminhá-lo ao sistema prisional e preferiu não comentar o assunto. A veracidade da imagem não foi confirmada.
ENTENDA O CASO:
• A empresa é alvo de ações do Ministério Público desde o ano passado. Em maio de 2014, promotores instauraram inquérito civil e procedimento investigatório criminal para apurar atos praticados na administração da Criciúma Construções. Foram os procedimentos que culminaram na operação desta quinta-feira.
• Para proteger o direito dos consumidores que teriam sido lesados, o MP-SC também ajuizou 28 ações civis públicas.
• Em outubro de 2014, o MP-SC começou outra investigação para garantir os direitos trabalhistas de 400 funcionários demitidos por alegações da empresa de não poder arcar com salários e rescisões contratuais.
• O proprietário de um supermercado sediado em Criciúma também foi detido nesta quinta, mas a relação do empresário com a investigação não foi informada pelo Ministério Público.
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