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    VALORES MORAIS, IMORAIS E AMORAIS

    O que são e como se criam valores morais?

    Bem, primeiro é necessário dizer que ''valor moral'' não significa algo bom em si mesmo. Tem sido erroneamente usado como definindo algo superior. Geralmente vê-se que quem usa nesse sentido tem a si como possuidor de uma ética acima dos demais, ou socialmente aceito etc. Coloca-se invariavelmente como bom cidadão por ter ''valores morais''. E quando os apresenta vê-se apenas o socialmente aceito, o politicamente correto, ou cosias assim. Valor moral está em todos nós, pois trata-se da aplicação da ética pessoalmente aceita. Trata-se do que eu considero o melhor e como aplico isso na minha vida. Neste sentido o mais vil dos bandidos tem valores morais. Também ocorre um hiato entre o que se diz e o que se faz. E é o que se faz que mostra os valores morais absorvidos. A moral, diferente da ética, é o praticado, o histórico do exercício da ética (sobre um pouco desses conceitos podes ler AQUI).

    O problema inicial é de conceito, depois de processo. Ou seja, o caminho a ser seguido para que a sociedade defina o certo e o errado, viva com certas normas convencionadas, ao mesmo tempo que a base de nossa Constituição (conjunto de regras de convivência do indivíduo com seu grupo, no caso o Brasil, já que não há um Código Civil para cada Estado da Federação) está no indivíduo, gerando um certo desconforto. Tal se dá porque ao legitimar minha vida em detrimento da outra gera conflito se for o caso de por em risco a convivência. Ora, a prostituição me parece uma enorme estupidez, mas e o ponto de vista de quem se prostitui e de quem usa esse serviço?

    Outro aspecto é que a criação de valores sociais é espontânea, faz parte da dinâmica social e é mutável, sujeita a diversas influências. Entre elas tenho como decisivas o tempo da transferência de informações, o surgimento das cidades e o comércio advindo disso, tecnologias que exigem conhecimento além da vida em família que levam o estudante a interagir com outras culturas e acúmulo de conhecimento natural a tudo isso. No caso do Brasil a formação de seu povo é algo significativo, bem distinto.

    A formação das cidades, a partir da vida tribal, e o aumento exponencial da população serve para ocultar ou dissimular (na multidão) comportamentos inaceitáveis em comunidades pequenas. O distanciamento de vínculos familiares até a quarta geração que a cidade proporciona faz com que se possa muda de vida, ter interesses diferentes e unir-se com pessoas que tenham esses mesmos interesses. Algo, inclusive numérico. Ora, se um tal comportamento é de 1% da população, digamos, numa cidade de 100 mil habitantes tem mil pessoas; numa cidade de 1 milhão terá 10 mil. Ora, muito mais fácil interagir.

    Como processo espontâneo torna-se de difícil controle. Mas há algo que pode ser dirigido. Neste sentido as políticas de governos e a jurisprudência são fatores sob o controle de um grupo acima da população com um certo grau de poder. Nem tudo está sob o controle do Estado. Um dos exemplos é o ''respeito'' ao idoso via legislação. Houve uma época em que idoso tinha autoridade e passamos por um processo de alteração profundo a ponto de ser necessário um Estatuto. Ora, o que é isso senão a total falta de respeito para com quem está fisicamente enfraquecido? Sim, quando dou a alguém um benefício por força da Lei não estou respeitando-o, mas à Lei.

    O fato é que ''valores morais'' são abstratos, pessoais, influenciáveis e, principalmente, culturais e mutáveis.

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