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    SOBRE A PAIXÃO E A DOR DA PERDA

    A paixão é coisa louca. Pelo que observei, e pela minha própria experiência, afinal me apaixonei muitas vezes, o fim de uma paixão só é realmente dolorosa pra quem é forçado pela desistência do outro, ou por uma interrupção alheia à sua vontade. Por outro lado é absolutamente constrangedora quando temos que impor o fim (imposição mesmo) a alguém porque simplesmente o nosso fogo acabou. Daí vem os casos não aceitar rejeição etc.

    Tudo maximizado se o rejeitado tem algum transtorno psíquico. Sexta e sábado tirei um tempo para ver vídeos de estudiosos desses distúrbios e ler alguns artigos. Nossa mente é de uma profusão de irrealidade que assusta. Daí fiquei aturdido por perceber a possibilidade de eu mesmo não estar vendo o que de fato é e também por não saber se quem está à minha volta não está sendo vitimado por si mesmo.

    Sim, tive medo. O que eu estou sentindo e vendo é, digamos, normal? Não pude saber. Nossa mente é nosso maior traidor. A vantagem que uns têm é que desligam-se mais rápido que outros. E nesse aspecto há os que não se desligam. Passam a viver não mais suas vidas, mas a vida da constante perda do outro. E isso pode durar anos.

    O máximo que posso indicar aos leitores é que se a dor da perda de uma paixão vai além de alguns dias (sim, alguns dias) procure ajuda de um profissional, um psicólogo.

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