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    DE CORAÇÃO ABERTO

    É complicado confessar publicamente as fraquezas. Mas o faço como que representando aqueles que sofrem em silêncio. Talvez possamos abrir esse canal e nos aliviarmos de alguma forma, apenas falando, confessando, chorando.

    Tenho uma vida muito boa. Uma casa simples que me abriga do frio e tem até um ar-condicionado para os dias muito quentes. Uma esposa linda e filhos maravilhosos, saudáveis e inteligentes. Uma neta incrível que me dá tanta alegria que só em escrever me emociono. Não tenho nenhuma grande privação, apesar de por muitas vezes ter tido a geladeira vazia - puxa, tenho uma geladeira! Habituado a uma vida simples tenho tudo o que preciso pra viver bem, sem luxo. Aliás, tenho até medo do luxo, pois sinto que pode me afastar do bate-papo com os que me cercam aqui no bairro. Ir ali na esquina e encontrar pessoas que me chamam pelo nome tem um valor inestimável. Enfim, o que poderia me afligir?

    Aos 17 anos na Faculdade Teológica Batista de São Paulo
    Durante anos me dediquei à Deus. Sim, ao Deus que eu achava o único, aquele que o cristianismo apresentava. Privei-me de muitas coisas boas dessa vida. Meu respeito pelas meninas era tal que eu tinha quase tudo como pecado. Minha primeira transa foi com minha esposa tal meu entendimento e apego ao que queria: a santidade descrita na Bíblia. Bem, desse tempo tenho verdadeiro ódio. Sim, meu coração acelera de tanta mágoa de ter sido assim. Desprezava ganhar dinheiro. Afinal, a Bíblia diz que o ''amor ao dinheiro é a raiz de todos os males''. Portanto, enriquecer ou ter um certo padrão de vida era algo que eu negava a mim mesmo por completo.

    Hoje vejo o quanto perdi. Digo isso aos meus filhos, digo isso aos amigos, digo isso agora.

    Àqueles que estão em conflito por causa do que disseram ser a vontade de Deus mando meu recado: diga-lhes para tomarem bem no meio do cu. Vá viver!!! Nessa agonia passei a viver muito mais agora que no passado. Eis um pouco de alívio.

    Contudo, minha mente não para. O mundo me pesa. Os conflitos sociais me pesam. Porra, eu choro quando vejo a injustiça. Choro ao ver as guerras. Choro com as imagens de gente morrendo por coisas que não fazem o menor sentido.

    Meu apego à vida me mantém. Mas tem sido difícil lidar com tanta informação. Há momentos que penso em desistir, inclusive da vida. Me refaço, me sinto resiliente, volto ao ânimo e sigo.

    Bem, espero que, com este desabafo, tenha contribuído para que alguém não se sinta só com seus pensamentos e que possa lançar-se à alegria de estar vivo e com as possibilidades que estão adiante de si. Porque é assim que estou fazendo enquanto estou cheio de energia.

    Abraço carinhoso

    André.

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