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    A MENTE MENTE

    Este texto comecei a escrever em 3 de maio de 2012 e nem sei porque não o concluí. Então, faço-o agora, dia 31 de dezembro de 2013. Se é que não mudei de ideia.

    A vida é complicada e isso não há quem negue. E tende a ser complicada quanto maior suas relações. Parece óbvio, mas não necessariamente. Essa complexidade se revela muito claramente nos nossos códigos civil e criminal, por exemplo. Basta ver a simplicidade dos primeiros códigos. Se revela também no universo de coisas que queremos, e precisamos, porque criamos um outro mundo muitíssimo diferente do dos nossos avós.

    Uns nascem numa situação das mais desfavoráveis e outros tratam de tornar suas vidas um caos. Sobre os que nascem na chamada ''desvantagem social'' temos clareza. Porém, isso vai consumindo livros e mais livros quando a coisa sai do material e entra na mente, na psique. A vida de quem, aparentemente, não deveria ter razões para acha-la ruim, é alvo de estudos. São desvios do que seria menos antinatural. É como um homossexual. Ora, é natural achar que há um enorme problema nisso, pois traz para si uma série de dificuldades que um hetero não tem. Há uma força muito maior que a razão. Da mesma forma um portador da Síndrome de Down. Nada o fará mudar, apenas adaptar-se dentro das suas limitações.

    Desde os antigos gregos o pensamento tomou os rumos do nada. Sim, a impressão que tenho que quanto mais se queira conhecer a si e os conjuntos de ''eus'' chamados de sociedades, mas distante da segurança se está. Nisso destaca-se a religião que dá toda a segurança mental possível com suas verdades, soluções, punições e razões para os acontecimentos da vida.

    Haveria um lado bom nessa lama que se chama pensamento? Lama seria demais? Para uns seria a própria definição das vontades humanas. Mas vale lembrar que algumas terapias advém da lama. Alguns tratamentos estéticos são feitos com lama. Uma lama especial, colhida cuidadosamente. Contudo, não deixa de ser lama. E aí é que eu escorrego e começo a ver que há algo de muito bom nessa lama humana.

    Nada digo de realmente novo. Tampouco, seria capaz de arrazoar pensamento único sobre as coisas que nos afligem e sobre as que nos deixam satisfeitos. Nesse sentido apenas reitero o que, há muito, pensadores afirmam: do mal se retira o bem, ou do mau o bom. Ou não há mal que não possamos observar algum bem. O problema está no tempo e quem leva a vantagem e a desvantagem. A 2ª Grande Guerra foi deveras ruim para quem a viveu e absolutamente boa para o mundo. As sociedades que emergiram daquele contexto, com exceção das comunistas, tornaram-se muitíssimo boas de se viver. O ritmo de novas tecnologias cresceu exponencialmente.

    Nosso desafio é encontrar coisas boas, uma pelo menos, em cada coisa ruim.

    Contudo, em havendo anomalias no cérebro o que se pode fazer? Que responsabilidade há naqueles que andam tresloucadamente pelas ruas, imundos, catando no lixo, falando coisas sem sentido, sem a menor consciência de nada, que chamamos de loucos? Nada. E vê-los assim me deixa profundamente abatido. Que Deus é capaz de impor essa condição a um ser, sem que ele tenha a menor opção de negociar sua existência? Foi ''determinado'' que viva assim e pronto. Nesse particular não consigo ver nada de bom. Talvez você possa me ajudar.

    Limito-me ao protesto inócuo, a um lamento angustiado tal a incoerência entre um tal Deus que ama e o que está diante dos meus olhos. Àqueles que dizem que isso é fruto de vidas passadas: Por favor, mais essa incoerência é demais!

    A conclusão a não ser chegada é de que algumas agruras da vida são congênitas. Pessoas com todas as razões para serem felizes se tornaram amargas por razões que nem elas sabem. E alguns desprovidos de benesses sociais exalam alegria. Nossas relações com nosso 'ao lado' sofre todo o tipo de influências, inclusive de cérebros sutilmente arruinados de fábrica. Alguns deles chegaram ao poder...

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