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    GREVES E O SC SAÚDE REVELAM

    Diariamente vê-se na imprensa reclamações dos funcionários públicos do Estado quanto aos descontos em folha do plano de saúde SC Saúde sem que tenham disponíveis médicos, exames etc, como gostariam.  Há limites nessa reclamação. Não é de toda justa. Essa discussão tem mais a revelar.

    Primeiro, a adesão ao plano pode ser cancelada. Nenhum funcionário está obrigado a manter-se. Todos podem optar por outro plano qualquer. Além disso, podem não querer nenhum. Temos o SUS. Evidentemente, que o plano é ruim para quem não encontrou a especialidade que desejava. Também ocorre o mesmo com quem tem Unimed, por exemplo, quando tem consulta agendada para muitos dias depois de quem paga em dinheiro. A opção é do médico, mesmo que imoral, atender ou não pelo plano, assim como dar prioridade para quem paga em dinheiro, haja vista a remuneração dos planos ser menor que os 150 ou 200 reais de uma consulta particular. Já que aceitou atender que use de decência. Ninguém fica satisfeito com o mínimo obstáculo diante de sua doença, ou de um dos seus entes.

    Segundo, estamos diante de uma queda de braço entre governo e servidor. E o que a sociedade tem a ver com isso. Provavelmente nada, a não ser a conta. Mas tomam espaço da imprensa. Essa briga é exatamente a mesma se uma empresa privada não cumprir com um acordo com seus funcionários. Porém, tem o Ministério do Trabalho e sindicatos no meio. No caso dos servidores temos um ingrediente tácito: são pessoas mais frágeis que os demais trabalhadores da iniciativa privada. Sim, da forma como falam é isso, são frágeis, indefesos, sofredores e injustiçados mais que qualquer outro.

    Terceiro, ninguém é obrigado a nada. A recorrente reclamação confronta com o apego que têm pelo emprego. Claro que cada categoria tem todo o direito de brigar por melhorias. Mas há limites. O que se espera é que respeitem quem não está no servido público. Estão em muito melhor condição e é preciso ser grato por isso, no mínimo.

    Quarto, não há nenhum movimento, um sequer, que busque premiar os melhores. Tudo o que se vê é uma briga pela categoria. É evidente que existem servidores jogados nas cordas, nas tetas das indicações e apadrinhamentos políticos, que se servem das filiações para usufruírem de indicações. Não vemos uma briga por mérito ou pela exaltação das excelências. Os servidores deveriam lutar por isso, antes mesmo dos demais benefícios. Seria uma demonstração clara de apego pelo trabalho, que é ser servidor público. Pelo contrário, cada vez mais pressão para cima dos governos para que deem mais e mais.

    Quinto, o servidor entra sabendo da remuneração e das condições de trabalho. Essas condições são muito boas, haja vista a correria atrás dos concursos públicos que se vê. Alguém já viu concurso em que tenha menos inscritos que vagas? Pois é. No caso dos professores há o ingrediente das agressões dos alunos, coisa tensa. Mas nunca será mais tenso que a vida de um caminhoneiro ou de um policial. Todas as profissões tem seu estresse, seus riscos, seus desafios e barreiras.

    Enfim, observem como a coisa rola dentro das repartições com todo o tipo de jogo sujo da política. Lamento que os bons não tenham forças para colocar para a sociedade a podridão do serviço público que vai muito além dos políticos. Um exemplo: não há como um político fazer maracutaias sem a participação de um concursado. De forma passiva ou ativa os servidores estão envolvidos! Sem uma atitude objetiva de limpeza de dentro para fora, vê-los berrando somente para seus próprios benefícios, beira o melancólico.

    Servidores, limpem a sua própria casa, livrando-se dos maus!



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