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    SÃO TOMÉ, O AUTÊNTICO!


    Pintura de Michelangelo Merisi, o Caravaggio, de 1603


    Analisemos o caso do discípulo Tomé.

    Tomé, eis um cara injustiçado até por Jesus. O sujeito quis ver para crer. E qual o problema nisso? Duvidar é da natureza humana. Faz bem porque nos leva a peneirar as informações. É o primeiro passo para se chegar à verdade. Afinal, mentiras é o que não faltam. O apóstolo Paulo diz aos cristãos de Corinto que devem julgar as profecias. Ora, quem julga parte da dúvida.
    Tomé seguiu Jesus em todo o tempo, cria nele, do contrário teria abandonado-o pelo caminho. Manteve-se no grupo mesmo depois da morte do líder. Ele não foi tão inescrupuloso quanto Pedro que negou descaradamente. Tampouco foi traidor como Judas Iscariotes. Nem disse que a ressurreição de Jesus jamais aconteceria. Vamos aos detalhes do episódio que entrou para a história e rotulou Tomé como exemplo de descrença.

    As mulheres foram ao túmulo de Jesus para despejar perfumes, encontraram o local vazio, anjos à porta e arguíram pelo corpo do Mestre. Não sabiam da promessa de ressurreição que Jesus havia deixado? Foram incrédulas. Maria Madalena chegou a confundir Jesus com o jardineiro. Os apóstolos poderiam bem ter dito: “Calma, ele ressuscitou e logo estará aqui”. Nenhum deles, conforme o texto, lembrou-se da promessa de ressurreição. Note o leitor que Pedro e João correram para o sepulcro para averiguar o que as mulheres falavam. Isso não foi um ato de descrença? Estavam atrás de provas!

    Observe este trecho: "Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu" (João 20:8). Esse tal primeiro viu e depois creu!

    Ainda mais acintosa é a atitude da própria mãe de Jesus: "E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram" (João 20:11-13).

    Tomé não negou a possibilidade da ressurreição, apenas queria ter certeza que o homem que diziam ter aparecido era de fato o Mestre. Ainda mais diante de tanta incredulidade como nos textos citados acima. Ou você acredita em tudo que te dizem? O rapaz teve um momento de cautela e passou a ser conhecido como incrédulo.

    No verso nove do capítulo 20 do evangelho de João diz que eles agiram assim “porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ressurgisse dentre os mortos”. Se não entendiam, por que exigir isso de Tomé? Pois bem, se há uma apelação ao entendimento estamos diante da razão. Eis que a fé não seria algo indefinido ou supostamente o único caminho. O próprio texto fala da necessidade da captação via raciocínio! Ninguém crê senão pela razão que pode ser um raciocínio profundo, superficial, parcial ou manipulado. O texto, no mínimo, isenta Tomé por completo ao falar na terceira pessoa do plural.

    O povo tem sua atenção para uma parte da história. É recorrente vermos discursos inflamados sobre a incredulidade de Tomé e de como devemos crer em Jesus etc. Ora, parto para outro lado para mostrar que há mais nisso que a vã filosofia dos púlpitos demonstra. Jesus quis ser tocado e isso é o ápice. João 20.27 diz “Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não sejas mais incrédulo, mas crente”. Isso dá margem para eu também querer tocá-lo. Ora, por que não poderia tocar como Tomé teve oportunidade? Diriam alguns que isso não é possível já que Jesus foi assunto aos céus. E digo que nem isso seria problema: me leve até o céu. "O poder de Deus não tem limites", não é o que dizem?

    Nem precisamos ser profundos nesse texto para observar que Jesus teria aberto o caminho pra as provas. Ou seja, na dúvida exija provas. Ou ele mesmo, ao ver a incredulidade, poderia ter dito "somente creia". Como caracterizar como fé se tocou as feridas? A fé pode e deve ser gerada a partir de comprovações? Evidente que sim! Há quem creia em Jesus porque julga ter sido curado por ele - teve "prova".

    Até a presente data Jesus não veio me mostrar suas feridas. Espero que o faça! Porque estou, tão somente, querendo provas.

    * Pintura de Michelangelo Merisi, o Caravaggio, de 1603. Veja toda a sua obra AQUI

    3 comentários:

    1. "Senhor ajuda-me a crer." é isso que sempre pedi a Deus. Ai me falam que Deus escreve certo por linhas tortas. acho que ele deveria escrever por linhas retas, porque para mim fica dificil decifrar seus enigmas. mas como cansei de entende-lo, passei a ama-Lo mesmo sem rosto e sem sua apariação divina. Amaríamos nosso pai se nao o conhecessemos com vida? Talvez seja isso que Jesus queira e talvez esse seja o desafio da humanidade.

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      Respostas
      1. Concordo com a Sabrina. Não vejo onde Tomé foi injustiçado, também. Ele disse para os outros que não creria a não ser que visse Jesus e tocasse nas feridas com suas próprias mãos. Uma semana depois, Jesus aparece no meio deles e dá seu recado. João 20:27 "Em seguida disse a Tomé: - Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia!"

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      2. Nenhum deles creu meu caro, nenhum! Tomé, foi autêntico, ao meu ver, e assumiu o que os demais fizeram e ficaram caladinhos. A reprimenda deveria ser geral!!!

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