PORQUE SOU AGNÓSTICO (Final)
Na total dúvida sobre que deus seguir, e muito mais sobre que religião (do grego 'religare', religar com Deus), prefiro ignorar como melhor caminho. É um caminho. Qualquer coisa que fizemos na vida é um caminho. Diriam alguns que isso me levaria à perdição, que deus vai ‘pesar a mão’, que os ateus creem em deus quando vão morrer etc. Os mais afoitos chegam a ameaçar de maldições e demônios. Isso mesmo, já fui ameaçado... Quando não ameaçam dizem que vão orar por mim com aquele ar de compaixão e superioridade. O que já ouvi desde que abandonei uma relação inexistente com deus beira a insanidade. Ao contrário do que queiram ao agirem assim está o que vejo em suas vidas: gente que vive nas mesmas e limitadas condições que eu, luta com as mesmas ferramentas que eu e em nada me fazem pensar que minha vida é pior. Pelo contrário, eu já estive desse lado, já fui cristão devoto, absolutamente dedicado. Por isso, conheço-os muito bem e sei o quanto mente a si mesmos.
Na agonia da morte vou me apegar com o deus que me apresentarem na hora, caso tenha oportunidade, ou morrerei na ignorância em que vivo. No desespero que mal fará aceitar qualquer deus? Nenhum. Naquele momento de fragilidade tudo é possível.
Longe da pretensão dos que supostamente acreditam em deus e no poder de sua fé, sinto-me no dever de atrair aqueles que comungam da ‘não-fé’ e se sentem oprimidos. É uma forma de dividirmos ansiedades e ideias. Inclusive pelo fato de não encontrarem eco entre familiares e amigos, de serem tratados com indiferença e como se fossem coitadinhos. Quem não comunga da fé é oprimido pelos que estão à volta. Já foi pior, mas a atitude recorrente de 'coitadanizar' o descrente impressiona!
Além disso, mais que buscar a verdade, coisa impossível nesse mar de opções, quero identificar mentiras. Ao demonstrar as razões de meu desapego identifico a possibilidade da fé falsa. Somente a fé para aceitar as mais absurdas explicações que se vê sobre coisas que não conhecem. Divagam a despeito do cérebro que possuem para analisar as ideias e o mundo que se mostra tão claro em suas contradições e certezas. Aceitar a dura realidade da nossa existência é pesado demais. Nesse sentido até entendo a angústia de ser consolado, seja lá com que for. Até com uma deusa das águas e com um tal de Espírito Santo.
Por fim, seria maléfica a crença em deus? Com certeza. A história está repleta de absurdos em nome dele que ainda persistem e com sua total omissão. Deus é absolutamente omisso! Porém, mesmo que você não veja as agressões do passado nos dias de hoje, podes ao menos ver o tempo e esforço desperdiçado pelas igrejas, quando há um mundo de consertos a serem feitos da sua porta para fora que refletiriam em teu próprio benefício.
A religião priva seus seguidores de evoluírem, mantém-nos reféns das ideias de seus líderes, não respeita a historicidade de cada povo, alimenta as diferenças, divide famílias, frustra vida após vida, cria a falsa expectativa de soluções milagrosas e obviamente podemos viver perfeitamente longe de qualquer que seja a doutrina. Argumentariam que a fé tem tirado muita gente da lama. Com certeza, mas da mesma forma que outras tantas opções e através de uma única força em todo o mundo, em todas as épocas: a vontade pessoal de mudar de vida. Todas as pessoas podem ser boas a partir de si mesmas, de suas famílias, de sua sociedade. É na sociedade e suas instituições que está a vida agradável ou ruim nessa existência, porque da vida que vem depois, se é que há alguma coisa depois, nada sabemos. São suposições, as mais diversas.
Um forte abraço, André.
Na agonia da morte vou me apegar com o deus que me apresentarem na hora, caso tenha oportunidade, ou morrerei na ignorância em que vivo. No desespero que mal fará aceitar qualquer deus? Nenhum. Naquele momento de fragilidade tudo é possível.
Longe da pretensão dos que supostamente acreditam em deus e no poder de sua fé, sinto-me no dever de atrair aqueles que comungam da ‘não-fé’ e se sentem oprimidos. É uma forma de dividirmos ansiedades e ideias. Inclusive pelo fato de não encontrarem eco entre familiares e amigos, de serem tratados com indiferença e como se fossem coitadinhos. Quem não comunga da fé é oprimido pelos que estão à volta. Já foi pior, mas a atitude recorrente de 'coitadanizar' o descrente impressiona!
Além disso, mais que buscar a verdade, coisa impossível nesse mar de opções, quero identificar mentiras. Ao demonstrar as razões de meu desapego identifico a possibilidade da fé falsa. Somente a fé para aceitar as mais absurdas explicações que se vê sobre coisas que não conhecem. Divagam a despeito do cérebro que possuem para analisar as ideias e o mundo que se mostra tão claro em suas contradições e certezas. Aceitar a dura realidade da nossa existência é pesado demais. Nesse sentido até entendo a angústia de ser consolado, seja lá com que for. Até com uma deusa das águas e com um tal de Espírito Santo.
Por fim, seria maléfica a crença em deus? Com certeza. A história está repleta de absurdos em nome dele que ainda persistem e com sua total omissão. Deus é absolutamente omisso! Porém, mesmo que você não veja as agressões do passado nos dias de hoje, podes ao menos ver o tempo e esforço desperdiçado pelas igrejas, quando há um mundo de consertos a serem feitos da sua porta para fora que refletiriam em teu próprio benefício.
A religião priva seus seguidores de evoluírem, mantém-nos reféns das ideias de seus líderes, não respeita a historicidade de cada povo, alimenta as diferenças, divide famílias, frustra vida após vida, cria a falsa expectativa de soluções milagrosas e obviamente podemos viver perfeitamente longe de qualquer que seja a doutrina. Argumentariam que a fé tem tirado muita gente da lama. Com certeza, mas da mesma forma que outras tantas opções e através de uma única força em todo o mundo, em todas as épocas: a vontade pessoal de mudar de vida. Todas as pessoas podem ser boas a partir de si mesmas, de suas famílias, de sua sociedade. É na sociedade e suas instituições que está a vida agradável ou ruim nessa existência, porque da vida que vem depois, se é que há alguma coisa depois, nada sabemos. São suposições, as mais diversas.
Um forte abraço, André.
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