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    IMAGINAÇÃO x PASSIVIDADE DIVINA

    O cristão considera outras formas de crença tolas, satânicas, delirantes, absurdas. O islã tem no resto a vontade diabólica do ocidente e não vejo qualquer consideração nesse sentido para com o hinduísmo, por exemplo. O hinduísmo, por sua vez, tem seus 300 mil deuses e aí não sobra tempo para pensar nas demais opções de fé. O judaísmo está no contexto do deus-pátria, coisa muito cômoda para quem quer ser o centro do mundo. O ateísmo imagina a inexistência de deus. O esoterismo tem nele uma energia. A maçonaria recebe todos debaixo do seu Grande Arquiteto. O espiritismo aceita os que o aceitam mesmo em total antagonismo. A Seicho-no-iê é de uma distorção dos textos dos evangelhos que só os ignorantes no cristianismo babam com aquilo - não li um texto até hoje que não fosse uma viagem grosseira na maionese. Incontáveis formas de ver o divino espalharam-se história.

    Cada crença entende a outra como falsa ao mesmo tempo em que engendra respostas intragáveis à existência. Evidente que tem a turma do ‘politicamente correto’, preferindo evitar o confronto com a bobagem de ‘fé não se discute’, ‘cada um no seu quadrado’ e ‘o importante é a fé’. Coisa de idiotas, pois a fé, o ato de crer, é insignificante nesse contexto já que cada um crê naquilo que lhe convém ou que foi educado. Ora, tudo, absolutamente tudo é passível de discussão, principalmente o objeto da fé.

    Fé e certeza não andam juntos. A certeza não requer fé. Não preciso acreditar que meus filhos estão vivos, eu os vejo. Deus está tão longe das pessoas que é na fé que se apoiam. A fé é fruto da possibilidade, não da certeza. A convicção na possibilidade gera uma certeza interna, pessoal, mesmo que comum a um grupo, não uma certeza universal. A fé em Deus nada revela, mas a fé num determinado deus é que torna a discussão necessária. O que torna um deus em Deus senão o que o crente diz que é?!

    ‘Você acredita em Deus?’. ‘Sim’, responde um bandido, traficante e estuprador.

    As crenças afrobrasileiras, por exemplo, vivem no mundo da mitologia e são prova incontestável da fragilidade do ato de crer que se revela no ser humano. Ou seja, existe aquela ideia religiosa para aquele que crê, nada além. Daí ser algo pessoal, intransferível.

    Não há conceito religioso que não seja fruto do contexto em que vive o crente, de outras fontes externas a si. Mesmo os que ‘criaram’ uma fé, o fizeram a partir de fatores externos misturados com suas elucubrações, desejos e ansiedades. Algo absolutamente humano e natural, dadas as dúvidas que nos cercam.

    Ora, no centro de tudo isso está Deus, sob os mais variados prismas, sob as mais variadas fontes. Mas qual deus?

    Qual a razão ou origem desse imbróglio todo em que nos encontramos? Para mim a resposta é bem simples: deus não se comunica conosco. Se o fizesse supõe-se dúvidas? Jamais! Não há qualquer barreira para a comunicação entre ele e nós. Afinal, se falasse, falaria a mesma coisa para todos. Além disso, Deus não precisa de intermediários.

    É uma brincadeira de criança achar que Deus se limitaria a um livro, ou xamã, ou pastor, ou padre, ou rabino, ou local, ou ritual! Portanto, a diversidade não está sob a responsabilidade da criatividade humana, mas na total ausência de comunicação entre Deus e a humanidade. De Deus nada sabemos, porque ele não quer.

    Eu creio desta forma e você não tem como provar que estou errado. Simples né!

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