Lexotan no demônio
Possessão demoníaca faz parte do credo cristão desde sempre. Porém, isso me faz ir à uma análise bem simples: como um medicamento pode deter uma manifestação espiritual?
Não poderia deter em hipótese alguma. Afinal, uma força imaterial pode ser contida por uma química qualquer? Somente este raciocínio serviria para encerrar a discussão. Entretanto, o que se vê é a mais ampla e irrestrita aceitação que demônios e espíritos maus se apoderem dos corpos de seres humanos, quase que indiscriminadamente. Os cultos pentecostais são recheados dessas "manifestações" sobre-humanas.
Qualquer pessoa, ao receber uma injeção de calmantes, vai cair no sono. Então vamos imaginar a cena. O vivente está sob domínio maligno, uma equipe de paramédicos é chamada e aplica um tranquilizante. Em seguida o corpo está calminho, dormindo. Porém, eis que espírito do Mal passa a usar o sujeito dando chutes e pontapés, com língua caída para o lado e tudo o mais que se possa imaginar de alguém com o corpo todo mole, andando e dando porradas.
Não há como discutir isso com crentelhos. O que se nota é que, via de regra, os estudiosos atestam que pessoas vitimadas por supostos espíritos são pacientes psiquiátricos. Coincidência? Claro que não. O problema é que, nos argumentos do populacho, os médicos falam isso por ignorância espiritual, por serem ateus, para detratar a fé e coisas do gênero.
Enfim, assumir o óbvio é negar uma das bases do cristianismo e, portanto, negá-lo de fio a pavio. É como puxar um fio e desmanchar a blusa.
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