URNAS ELETRÔNICAS E AS FRAUDES
O descrédito para com as urnas eletrônicas é impressionante. Eis um sistema que não sobreviveria a uma consulta popular, o tal do referendo. Para acirrar a aflição do caso não há argumento que se possa pôr à mesa que faça diminuir tal descrença. Eis um caso sui generis em que nos resta tão somente confiar no Tribunal Superior Eleitoral e seus técnicos. Vale dizer que são técnicos altamente especializados, com vasta formação e que, suponho, não estariam interessados em perder suas carreiras com salários bem acima do mercado e todas as vantagens do serviço público. Ou seja, estão numa condição absolutamente confortável. Também é interessante observar que a fraude seria um trabalho de várias mãos e isso significa não haver sigilo. Um dia alguém daria com a língua nos dentes, como nomes e sobenomes.
Pesam contra as urnas a possibilidade de serem "invadidas" por hackers. Todo e qualquer sistema é fraudável. Por isso técnicos se debruçam sobre meios de protegê-lo com firewalls poderosos, etc. Houvesse facilidade de burlar essas proteções você faz ideia do que seria a atuação das nossas polícias? É simplesmente tudo feito através de conexões de internet. O judiciário está 100% on line. Todo o trabalho de advogados passou a ser via rede. Acabou o tempo de protocolar processos no balcão. Os e-mails do mundo seriam tornados públicos. Ou a CIA não usa e-mails? Diriam alguns que as redes sociais são acompanhadas pelo Trump, antes dele pelo Obama... Bem, em se tratando de redes sociais a coisa muda. Enfim, fraude é possibilidade e possibilidade não é fato.
Mas deixem-me lembrá-los dos tempos do voto no papel. Tempo que participei como presidente de mesa receptora e na contagem. Ou seja, sei do que estou falando. Havia o "voto formiguinha", por exemplo, em que um primeiro ía votar e colocava na urna um voto em papel falso. Levava consigo o verdadeiro, entregava para o cabo eleitoral, recebia sua grana e esta inaugurada a fraude. Aquele papel era preenchido e entregue a outro. Esse, por sua vez, depositava na urna e trazia outro em branco e assim por diante. Já o "voto carbonado" consistia em votar com outro papel por baixo, de mesmo tamanho, usando um carbono. Assim, o eleitor levava consigo como votou e recebia sua grana. Da mesma forma na contagem. Os votos para o fulano poderiam ser colocados na pilha dos votos do beltrano. Os fiscais cansavam. Havia momentos que restava um fiscal e por vezes de papo com outra pessoa. Ative-me a observar comportamentos e movimentações para ter uma ideia das possibilidades. Naquele momento, diante de uma dúvida que tive alertei a juíza eleitoral de que havia um candidato homônimo daqui com um de Joinville. Um furo do nosso TRE. A juíza parou a contagem no ginásio municipal de Içara, para conversar com todos e decidir o que fazer. Isso foi citado na imprensa, sem que eu aparecesse na matéria. Onde há o homem, há o erro.
Em suma, não resta a menor dúvida que o voto no papel é muitíssimo mais frágil, como sistema, que a urna eletrônica. Eis que surge a ideia de unir os dois como quis o deputado Jair Bolsonaro. Em princípio pareceu uma boa ideia. Mas, qualquer problema na impressão anularia os votos daquela urna, já que o técnico teria acesso ao que tentou ser impresso no momento que deu o problema, violando o anonimato do eleitor. Uma possibilidade mínima, porém real. Além disso, precisaria haver uma denúncia muito bem amparada legalmente de fraude e não o mero desejo do perdedor para ser realizada a contagem do voto impresso. Ou seja, se o "poder" quiser a decisão levaria tempo suficiente para dar em nada.
Note que há as tais possibilidades... E antes que venham com o argumento de que nos EUA não se usa urna eletrônica, lamento te decepcionar, mas usam.
Vamos aos fatos! Até o momento não há qualquer prova de que houve fraude com o uso da urna eletrônica e, portanto, as desconfianças são no âmbito do achismo. Assim, movido pelo fato, sem tirar de vista as possibilidades, vejo como muito mais plausível o uso das tais urnas.
Desde 1996 (22 anos) que o Brasil adota a urna eletrônica |
Mas deixem-me lembrá-los dos tempos do voto no papel. Tempo que participei como presidente de mesa receptora e na contagem. Ou seja, sei do que estou falando. Havia o "voto formiguinha", por exemplo, em que um primeiro ía votar e colocava na urna um voto em papel falso. Levava consigo o verdadeiro, entregava para o cabo eleitoral, recebia sua grana e esta inaugurada a fraude. Aquele papel era preenchido e entregue a outro. Esse, por sua vez, depositava na urna e trazia outro em branco e assim por diante. Já o "voto carbonado" consistia em votar com outro papel por baixo, de mesmo tamanho, usando um carbono. Assim, o eleitor levava consigo como votou e recebia sua grana. Da mesma forma na contagem. Os votos para o fulano poderiam ser colocados na pilha dos votos do beltrano. Os fiscais cansavam. Havia momentos que restava um fiscal e por vezes de papo com outra pessoa. Ative-me a observar comportamentos e movimentações para ter uma ideia das possibilidades. Naquele momento, diante de uma dúvida que tive alertei a juíza eleitoral de que havia um candidato homônimo daqui com um de Joinville. Um furo do nosso TRE. A juíza parou a contagem no ginásio municipal de Içara, para conversar com todos e decidir o que fazer. Isso foi citado na imprensa, sem que eu aparecesse na matéria. Onde há o homem, há o erro.
Em suma, não resta a menor dúvida que o voto no papel é muitíssimo mais frágil, como sistema, que a urna eletrônica. Eis que surge a ideia de unir os dois como quis o deputado Jair Bolsonaro. Em princípio pareceu uma boa ideia. Mas, qualquer problema na impressão anularia os votos daquela urna, já que o técnico teria acesso ao que tentou ser impresso no momento que deu o problema, violando o anonimato do eleitor. Uma possibilidade mínima, porém real. Além disso, precisaria haver uma denúncia muito bem amparada legalmente de fraude e não o mero desejo do perdedor para ser realizada a contagem do voto impresso. Ou seja, se o "poder" quiser a decisão levaria tempo suficiente para dar em nada.
Note que há as tais possibilidades... E antes que venham com o argumento de que nos EUA não se usa urna eletrônica, lamento te decepcionar, mas usam.
Vamos aos fatos! Até o momento não há qualquer prova de que houve fraude com o uso da urna eletrônica e, portanto, as desconfianças são no âmbito do achismo. Assim, movido pelo fato, sem tirar de vista as possibilidades, vejo como muito mais plausível o uso das tais urnas.
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