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    UM RECADO PARA TATI TEIXEIRA

    A ex-vereadora Tati Teixeira será candidata a deputada estadual este ano. Sem cargo eletivo no momento, a pedagoga e psicopedagoga por formação, é presidente do Instituto Florir Brasil e do Partido Popular Socialista de Criciúma. Tem como sustentáculo uma bela trajetória na política desse município. Foi a primeira presidente na história do legislativo municipal e prefeita interina. Caiu, digamos, numa enrascada, segunda ela, quando Clayton Salvaro desistiu de sua candidatura a prefeito de Criciúma em 2016, tendo-a como vice. Contudo, restou a sombra de sua carta de desistência escrita dias antes. Hoje, no PPS, uma dessas siglas esquerdinhas que não cumpre o próprio estatuto, quer voltar à cena. Para isso publicou o artigo Tati Teixeira: A mentira da igualdade de gêneros, no portal do partido, sobre a sofrência feminina, como analiso à seguir:

    Nas considerações sobre a desigualdade entre gêneros cita o primeiro episódio em sua carreira: "Em 2006, quando fui convocada pela primeira vez para participar de uma eleição, era uma emboscada: candidata laranja. Mas não fui avisada disso e fiz votação respeitável.". Ora, candidata laranja (que não faço ideia do que seja exatamente) é candidata, faz campanha, pede voto e, principalmente, RECEBE VOTO. "Laranja" remete à passar-se por outro, que não foi o caso. Ela foi ela mesma!

    Na última eleição ela diz que "artimanhas políticas me conduziram para vice. E algo incomum aconteceu: o candidato a prefeito abandonou a disputa. E o pior, fora dos prazos eleitorais, me obrigando a deixar o processo eleitoral. Ali eu era uma mulher desrespeitada.". Bem, eis um caso clássico de transferência de responsabilidades, já que aceitou de livre vontade ser vice. Ninguém a arrastou para esta condição. O desrespeito, se houve, se deu por ela ser mulher? Teria Clayton Salvaro desistido sob a ótica de prejudica-la por ser mulher? É óbvio que não. Esse raciocínio é tão mesquinho e pequeno que tenho dificuldades de ligá-lo à sua autora. As razões da desistência podem ser todas, menos por ter uma mulher como vice...

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    Tenho mantido um contato cordial com a Tati e jamais me furtarei em ser honesto com ela.
    Em seguida diz que "Fica evidente que a sonhada igualdade e liberdade pela democracia é uma mentira.". Outra vez dá ao ambiente competitivo da política um viés sexista. Discursa como se outros tantos homens não tenham passado por algum tipo de "puxada de tapete".

    Neste trecho ela perde completamente a lógica quando trata de "Dados obtidos da eleição de 2016 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmam a afronta: das 16.131 candidaturas que não receberam nenhum voto, praticamente 90% eram de mulheres.". Resta óbvio que essas mulheres não tiveram nenhum interesse na campanha eleitoral, já que nem em si mesmas votaram. E o termo "laranja" perde completamente o sentido, pois o objetivo de candidaturas de menor envergadura é garantir o coeficiente eleitoral, inalcançável com "zero voto".

    Da mesma forma sua análise é superficial e equivocada ao dizer que "informações das Nações Unidas comprovam a clara associação entre o desenvolvimento social e a igualdade de gênero na política. Quanto maior a representação feminina, melhor o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de uma Nação. É óbvio que a paridade de gênero é fundamental para garantir a eficiência econômica e a conquista de resultados primordiais ao desenvolvimento. A falta de cumprimento dos direitos e a violência contra as mulheres afetam gravemente os índices nacionais e lesam o convívio saudável.". Neste caso há uma lambança entre participação política e direitos civis. É como se dissesse que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é fruto da presença de crianças e adolescentes no Congresso Nacional, pois do contrário tal documento não teria sido, sequer, redigido.

    O que diria a Tati com informações mais objetivas de Ruanda, na África, onde o parlamento tem 63% de seus assentos ocupados por mulheres? O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desse país é 0,385 (baixo). (Brasil: IDH 0,75). No mesmo ranking da ONU vem a Bolívia com 53%. Nos demais 188 países pesquisados as mulheres estão abaixo dos 50% nos legislativos. Daí a pergunta óbvia: Esses dois países citados são exemplo de "eficiência econômica e a conquista de resultados primordiais ao desenvolvimento"? Estes dados são da feminista Marlene Campos Machado.

    Nessa mesma pesquisa vem Israel (IDH 0,899), um dos países onde as mulheres são mais respeitadas e livres com 26% de participação no parlamento e os EUA (IDH 0,92), referência em liberdade de expressão e equilíbrio entre os gêneros, com 19,4%. Assim, os argumentos da pré-candidata a deputada estadual não passam de um sexismo rasteiro desprovido de fundamento.

    As dificuldades que ela encontrou, nos obscuros do mundo do poder, dizem respeito ao jogo político tupiniquim, infelizmente, em nada devendo-se à sua condição de mulher. A política nacional clama por mais mulheres envolvendo-se. Além disso, há uma avenida escancarada para aquela que ousar chutar o balde deste discursinho mequetrefe, pois há as que querem ver mulheres que assumem os riscos, que assumam seus erros e coloquem-se contrárias ao vitimismo recorrente da FALSA defesa da mulher.

    Quer defender a mulher? Ouse respeitar os fatos, ouse sair de vala fétida da esquerdopatia e ouse OUVIR as mulheres que são donas de si mesmas, que não precisam de ideologias para conduzirem suas vidas, as Conservadoras nos valores e Liberais na economia.

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