"PHODERAM" COM O SEXO
Ora, tão antigo quanto adorar um deus é atribuir ao sexo alguma relação com a divindade. Da mesma forma representá-lo em gravuras pornográficas (do grego pórne, "prostituta", grafos, "escrita", no caso, desenho). Não há como saber com exatidão como isso surgiu, mas vemos de forma absolutamente nítida em nossa cultura a influência da visão de que Deus tem restrições à liberdade sexual, impondo seu uso ao casamento. Nos evangelhos cristãos resta claro, inclusive, que sexo fora do casamento é prostituição ou adultério, incluído por alguns a masturbação. Vou poupá-los de citações bíblicas, as quais são facilmente encontradas.
Mas afinal de contas, qual a relação do sexo com pecado (transgressão às ordens divinas)? Nenhuma. Ou toda. Acontece que o sexo é um impulso natural, uma imposição dos nossos instintos e, até, uma ordem do Deus cristão com o seu famoso "crescei e multiplicai-vos". Entretanto, sejamos honestos, como nos relacionamos com o sexo?
O sexo tem três pontos básicos inseparáveis, senão únicos: o corpo, as emoções e o cérebro. O corpo produz uma série de reações químicas, aceleração do coração, concentração de sangue nos aparelhos genitais, a necessidade de fricção, cheiros, idade, gênero etc. As emoções nos levam ao subjetivo do acasalamento, quando nos envolvemos mais intensamente na paixão, por exemplo, ou mesmo carências de carinho. E o cérebro porque há pensamentos objetivos, claros, de atos e desejos que queremos ou, obviamente, imaginamos.
Bem, quanto à masturbação não me parece haver problemas no ato físico, por ser apenas mecânico e individual, restando os pensamentos. Aí quem os controla? Mesmo quando estamos com a pessoa amada, com a qual desejamos a relação, certamente pensamos o que alguns têm dificuldades de assumir com o parceiro: outra pessoa, menage, swing etc. Eis a fonte de pecado, pois o ato em si não demanda pecaminosidade, já que uma pessoa em coma por ser abusada e inconsciente do ato.
E como pode ser pecado uma imposição da natureza? Só a religião explica, ou complica. Para os crédulos nada do que se possa dizer em contrário ecoa. Vale a determinação de sua fé mesmo que seu corpo, suas emoções e seu cérebro digam em contrário. Vemos, assim, os muitos conflitos advindos desse antagonismo. A religião, ora vejam, conecta ausência de desejo e do ato em si com pureza e mesmo com uma tal santidade. E porque a santidade não seria justamente o contrário? O uso do sexo como uma adoração ao Criador. Sim, ele criou o desejo.
Temos aqui outro problema segundo os cristãos. O desejo sexual era puro até o comer do fruto no Jardim do Éden. A partir da saída do Paraíso o sexo passou a ser impuro. Como era puro não há uma única palavra na Bíblia que possa dar uma luz à questão, restando apenas sabermos como é impuro. Refiro-me aos pensamentos, pois Adão e Eva, suponho, tinham libido e podemos inferir que ele andasse de pau duro pelo Jardim até que copulasse. Da mesma forma ela ficava molhada até que desse "um pega" nele. Como imaginar que fosse diferente? Isso ser verdade é outra história, já que achar que tenha sido como relata o tal livro não me parece algo minimamente razoável.
Por fim, não seria eu a encerrar a discussão. Contudo, resta as pressões sobre os desejos impostos pela ideia de pecado e santidade. A ansiedade gerada, a frustração, o medo e a tortura psicológica são inegáveis. O resultado disso são dois: infelicidade e infidelidade para com a fé. Ouso dizer que ninguém se salva...
De minha parte prefiro pensar que essas imposições são meros controles humanos de uns sobre outros e que o Criador não seria tão obsequioso, tão maléfico, tão sórdido para nos querer sofrer pelo prazer não usufruído.
Transemos!
Gravura em Pompéia, destruída pelo vulcão Vesúvio há 20 séculos |
Pornografia, prostituição e dinheiro andam juntos |
Bem, quanto à masturbação não me parece haver problemas no ato físico, por ser apenas mecânico e individual, restando os pensamentos. Aí quem os controla? Mesmo quando estamos com a pessoa amada, com a qual desejamos a relação, certamente pensamos o que alguns têm dificuldades de assumir com o parceiro: outra pessoa, menage, swing etc. Eis a fonte de pecado, pois o ato em si não demanda pecaminosidade, já que uma pessoa em coma por ser abusada e inconsciente do ato.
E como pode ser pecado uma imposição da natureza? Só a religião explica, ou complica. Para os crédulos nada do que se possa dizer em contrário ecoa. Vale a determinação de sua fé mesmo que seu corpo, suas emoções e seu cérebro digam em contrário. Vemos, assim, os muitos conflitos advindos desse antagonismo. A religião, ora vejam, conecta ausência de desejo e do ato em si com pureza e mesmo com uma tal santidade. E porque a santidade não seria justamente o contrário? O uso do sexo como uma adoração ao Criador. Sim, ele criou o desejo.
Temos aqui outro problema segundo os cristãos. O desejo sexual era puro até o comer do fruto no Jardim do Éden. A partir da saída do Paraíso o sexo passou a ser impuro. Como era puro não há uma única palavra na Bíblia que possa dar uma luz à questão, restando apenas sabermos como é impuro. Refiro-me aos pensamentos, pois Adão e Eva, suponho, tinham libido e podemos inferir que ele andasse de pau duro pelo Jardim até que copulasse. Da mesma forma ela ficava molhada até que desse "um pega" nele. Como imaginar que fosse diferente? Isso ser verdade é outra história, já que achar que tenha sido como relata o tal livro não me parece algo minimamente razoável.
Por fim, não seria eu a encerrar a discussão. Contudo, resta as pressões sobre os desejos impostos pela ideia de pecado e santidade. A ansiedade gerada, a frustração, o medo e a tortura psicológica são inegáveis. O resultado disso são dois: infelicidade e infidelidade para com a fé. Ouso dizer que ninguém se salva...
De minha parte prefiro pensar que essas imposições são meros controles humanos de uns sobre outros e que o Criador não seria tão obsequioso, tão maléfico, tão sórdido para nos querer sofrer pelo prazer não usufruído.
Transemos!
ok
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