AOS PAIS QUE NÃO FORAM PAIS
Há um contingente significativo de pais que viraram as costas para seus filhos e não assumiram seus deveres masculinos, de homem, de macho. Da mesma forma há os que, mesmo provendo casa, comida, roupa, escola... não foram pais no afeto, na amizade, na camaradagem. A estes meu lamento e experiência!
Fui pais de duas formas: porque assumi a Sarah, mesmo não sendo filha biológica; e, meus guris surgiram em minha vida sem qualquer planejamento.
Conheci a Sarinha quando tinha 1 ano e 4 meses, veio morar comigo com dois anos e um mês. Foi amor à primeira vista. Vi aquele toquinho de gente rindo para mim, correndo dentro de casa, e não tive dúvidas que me encantou profundamente. Naquele domingo Bel fez mamadeira e me deu para que desse a ela. Sem constrangimentos ou medos ela veio para meu colo. Bem alimentada dormiu em meus braços. Impossível conter a emoção. Hoje, com Elisa e Lucas, os netos que me deu, a alegria ultrapassa toda e qualquer descrição. Formou-se uma mulher forte, inteligente, sábia, que educa de forma singular e canta maravilhosamente bem. Uma artista!!!
Veio a primeira gravidez, o medo e até mesmo o pânico. Desempregado, sem profissão, mas determinado a ser PAI, assumi a nova vida sem um segundo de dúvidas. Olhava o Gabriel encantado pelo vidro da maternidade. Não errei. Entre cinco ou seis crianças apontei para a enfermeira: "Aquele ali é o meu filho!". Hoje curtimos moto juntos, vimos os mesmos filmes, curtimos as mesmas cervejas, curtimos as mesmas músicas.
Depois veio o Henrique. Deixei Bel na maternidade do São João Batista por volta das 6 horas e fui terminar uma pintura de letreiros de uma loja para então ter algum dinheiro e comprar frutas, tortas e iogurtes para minha amada, como fiz na chegada do Gabriel. Hoje é uma alegria imensurável na minha vida. Viajamos juntos, falamos dos mais diversos assuntos, fomos ao cinema, almoço fora pra papear, rimos juntos, nos beijamos, nos abraçamos.
De todos troquei fraldas, para todos preparei alimento, cuidei na doença, nos choros de madrugada e na angústia de momentos em pronto socorros. Foram muitos os momentos de medo de perde-los, de se ferirem, de não serem pessoas honradas. Reuniões na escola, tarefas, surras e lutinhas em cima da cama quando a Bel não estava porque proibia. O combinado era de desligarmos as luzes uns minutos antes dela chegar do curso. Fazíamos um bagunça e quando chegava, geralmente, estavam dormindo de cansados. As guerras de travesseiros e meias, a múmia feita de papel higiênicos e os filmes de final de semana, os cinco na cama brigando pra não ficar no frio da beirada da coberta.
Cresceram, são as pessoas honradas que desejei. Dei-lhes o divino direito de errarem comigo e com sua mãe. Dei-lhes o direito divino de serem o que quisessem e de correrem todos os riscos. Fui pai, masculino, testosterona, macho... e com eles chorei muitas vezes.
À você que recusou a si mesmo a mais sublime das experiências, lamento! Deixaste de viver a alegria do abraço e do beijo carinho. Deixaste de vibrar com suas vitórias e ser o porto seguro em seus medos. Lamento, você não viveu!!!
André
Fui pais de duas formas: porque assumi a Sarah, mesmo não sendo filha biológica; e, meus guris surgiram em minha vida sem qualquer planejamento.
Conheci a Sarinha quando tinha 1 ano e 4 meses, veio morar comigo com dois anos e um mês. Foi amor à primeira vista. Vi aquele toquinho de gente rindo para mim, correndo dentro de casa, e não tive dúvidas que me encantou profundamente. Naquele domingo Bel fez mamadeira e me deu para que desse a ela. Sem constrangimentos ou medos ela veio para meu colo. Bem alimentada dormiu em meus braços. Impossível conter a emoção. Hoje, com Elisa e Lucas, os netos que me deu, a alegria ultrapassa toda e qualquer descrição. Formou-se uma mulher forte, inteligente, sábia, que educa de forma singular e canta maravilhosamente bem. Uma artista!!!
Veio a primeira gravidez, o medo e até mesmo o pânico. Desempregado, sem profissão, mas determinado a ser PAI, assumi a nova vida sem um segundo de dúvidas. Olhava o Gabriel encantado pelo vidro da maternidade. Não errei. Entre cinco ou seis crianças apontei para a enfermeira: "Aquele ali é o meu filho!". Hoje curtimos moto juntos, vimos os mesmos filmes, curtimos as mesmas cervejas, curtimos as mesmas músicas.
Depois veio o Henrique. Deixei Bel na maternidade do São João Batista por volta das 6 horas e fui terminar uma pintura de letreiros de uma loja para então ter algum dinheiro e comprar frutas, tortas e iogurtes para minha amada, como fiz na chegada do Gabriel. Hoje é uma alegria imensurável na minha vida. Viajamos juntos, falamos dos mais diversos assuntos, fomos ao cinema, almoço fora pra papear, rimos juntos, nos beijamos, nos abraçamos.
De todos troquei fraldas, para todos preparei alimento, cuidei na doença, nos choros de madrugada e na angústia de momentos em pronto socorros. Foram muitos os momentos de medo de perde-los, de se ferirem, de não serem pessoas honradas. Reuniões na escola, tarefas, surras e lutinhas em cima da cama quando a Bel não estava porque proibia. O combinado era de desligarmos as luzes uns minutos antes dela chegar do curso. Fazíamos um bagunça e quando chegava, geralmente, estavam dormindo de cansados. As guerras de travesseiros e meias, a múmia feita de papel higiênicos e os filmes de final de semana, os cinco na cama brigando pra não ficar no frio da beirada da coberta.
Cresceram, são as pessoas honradas que desejei. Dei-lhes o divino direito de errarem comigo e com sua mãe. Dei-lhes o direito divino de serem o que quisessem e de correrem todos os riscos. Fui pai, masculino, testosterona, macho... e com eles chorei muitas vezes.
À você que recusou a si mesmo a mais sublime das experiências, lamento! Deixaste de viver a alegria do abraço e do beijo carinho. Deixaste de vibrar com suas vitórias e ser o porto seguro em seus medos. Lamento, você não viveu!!!
André
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