O ESTADO É LAICO?
Dizer que o estado é laico e limitar-se a essa expressão é de uma restrição atroz. É ou não é? E o que seria, de fato, um Estado Laico?
Não podemos ignorar a influência da religião no comportamento e visão de mundo das pessoas e, portanto, na cultura. Da mesma forma que não podemos ignorar a influência da cultura nos poderes Executivos, Judiciário e nos legislativos. Em Criciúma leem a Bíblia para iniciar as sessões da Câmara de Vereadores. Na Câmara dos Deputados e Senado vê-se louvações a religiosos, por exemplo. As religiões são isentas de impostos federais, coisa que me parece um absurdo às igrejas cristãs se lermos o que seu próprio Deus diz: "Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." (Mateus 22:21).
Mas, tecnicamente, tem-se a laicidade do Estado como o não impedimento da liberdade religiosa e de não termos uma religião oficial descrita na Constituição. Contudo, temos uma religião oficial na cultura, onde desdenhar Jesus é ofensa gravíssima. Sequer é dado o respeito ao direito de ''não crer'' (que deveria estar na Constituição, em seu artigo 5º).
Vamos além. Os prédios católicos antigos, centenários, bem como suas imagens de culto, são alvo do cuidado do Estado por serem patrimônios histórico/culturais. Ora, vê-se nisso o quanto a influência é mútua.
Poderia o poder público simplesmente virar as costas para tudo que envolve o afluxo de pessoas em Aparecida só por ser algo religioso? E as romarias para Santa Paulina? Recentemente a prefeitura de Içara anunciou pavimentação de rodovia com vistas ao fortalecimento do turismo religioso, dando acesso ao que os católicos descrevem como ''santuário''. Religião move a economia e, portanto, é dever do poder público dar-lhe atenção.
POLÊMICAS
A discussão do aborto consegue distanciar-se da religião? Não. E isso tem relação direta com decisões que são tomadas, ou que virão a ser, pelo Legislativo.
Não existe distância entre governos, povo e religião. Estão de tal forma envolvidos que a ideia de ''Estado Laico'' se perde em meras discussões. Exemplo disso se deu pela retirada de crucifixos de espaços públicos. Ora, isso jamais poderia gerar discussão alguma. Mas gera!
Por fim, ou aceitamos essa relação, por mais condenável que seja, ou perderemos tempo com quirelas.
Não podemos ignorar a influência da religião no comportamento e visão de mundo das pessoas e, portanto, na cultura. Da mesma forma que não podemos ignorar a influência da cultura nos poderes Executivos, Judiciário e nos legislativos. Em Criciúma leem a Bíblia para iniciar as sessões da Câmara de Vereadores. Na Câmara dos Deputados e Senado vê-se louvações a religiosos, por exemplo. As religiões são isentas de impostos federais, coisa que me parece um absurdo às igrejas cristãs se lermos o que seu próprio Deus diz: "Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." (Mateus 22:21).
Mas, tecnicamente, tem-se a laicidade do Estado como o não impedimento da liberdade religiosa e de não termos uma religião oficial descrita na Constituição. Contudo, temos uma religião oficial na cultura, onde desdenhar Jesus é ofensa gravíssima. Sequer é dado o respeito ao direito de ''não crer'' (que deveria estar na Constituição, em seu artigo 5º).
Vamos além. Os prédios católicos antigos, centenários, bem como suas imagens de culto, são alvo do cuidado do Estado por serem patrimônios histórico/culturais. Ora, vê-se nisso o quanto a influência é mútua.
Florianópolis: catedral recebe recursos públicos para manutenção. |
Poderia o poder público simplesmente virar as costas para tudo que envolve o afluxo de pessoas em Aparecida só por ser algo religioso? E as romarias para Santa Paulina? Recentemente a prefeitura de Içara anunciou pavimentação de rodovia com vistas ao fortalecimento do turismo religioso, dando acesso ao que os católicos descrevem como ''santuário''. Religião move a economia e, portanto, é dever do poder público dar-lhe atenção.
As obras religiosas de Aleijadinho são referência em turismo. |
POLÊMICAS
A discussão do aborto consegue distanciar-se da religião? Não. E isso tem relação direta com decisões que são tomadas, ou que virão a ser, pelo Legislativo.
Não existe distância entre governos, povo e religião. Estão de tal forma envolvidos que a ideia de ''Estado Laico'' se perde em meras discussões. Exemplo disso se deu pela retirada de crucifixos de espaços públicos. Ora, isso jamais poderia gerar discussão alguma. Mas gera!
Por fim, ou aceitamos essa relação, por mais condenável que seja, ou perderemos tempo com quirelas.
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