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    A SAUDADE VENCEU A RAZÃO

    Não mandamos no coração porque ele se apaixona.
    E a paixão não tem razão, tendo todas as razões.
    Irracional, a paixão nos toma a atenção, devora os sentidos, nos desarruma.
    A razão nos alerta para os enganos. O que nos engana mais que a paixão?

    Enganados e absolutamente devotados. Nos entregamos.
    Desarmados, ajoelhados, jogados ao vento do desejo mais intenso.
    Desejamos o desejo. Desejamos desejar. Desejamos nos apaixonar.
    São as armas do coração que nos rendem.

    E a razão nos pega porque o coração é traiçoeiro.
    Trai nossos planos, trai nossas tradições, trai nossas convenções.
    Nessa briga entre o certo de antes, nos faz trair até o amor do altar da juventude.
    Da decisão pelo que queremos nos libertar, A SAUDADE.

    Saudade do tesão, do carinho, da paixão que nos remete à uma prisão.
    Da liberdade negociada, da perda das escapadas, eis o conflito.
    Nego negar, quero me libertar da negação imposta pela razão.
    Nego que desejo a prisão de pertencer ao coração daquela menina.

    E a saudade como fica? Sorrateira, negada e absoluta.
    Que venha a paixão, perdendo-me na cama daquela que me faz muito feliz.
    Que saudade!

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