DÚVIDAS SOBRE A ALMA
A existência da alma ou espírito parece inquestionável. Entretanto, para mim há detalhes que me fazem ter dúvidas.
Antes que me apedrejem novamente (sim, novamente) devo fazer uma ressalva. Todos os dias alguém me diz do seu desconforto e até mesmo irritação, quando falo das minhas concepções sobre a religião, fé e do que se diz sobre Deus (o que se diz sobre, não o que vejo que é). Mas te ocorre pensar sobre o que eu sinto quando me falam desse mesmo assunto como se eu fosse um anormal? O que pensam que sinto quando abro o Facebook e vejo, todos os dias, gente falando de um Deus maravilhoso que os abençoa como se fossem mais merecedores que outros? O que sinto não importa. Coisa bem característica de religiosos!
Voltemos à alma e seus problemas.
Para que ela esteja em nós, ou fora do corpo, é preciso entender que tem limites físicos e que esteja ''presa'' ao corpo. Ou seja, é um corpo. Seria uma massa com uma pele delimitadora, do contrário se dispersaria como água dentro da água. Evidente que tem tamanho e, talvez, peso. Essa ''pele'' teria a forma do corpo humano ou estaria limitada ao cérebro? Relatos dos espiritistas dão conta de que ela se afasta do corpo em estado de morte do mesmo, registrando imagens que passam a ficar no cérebro quando do ressuscitamento. Ora, isso significa que há uma transferência de uma informação obtida imaterialmente, por assim dizer, para nossos neurônios, para a matéria que fica dentro da caixa craniana. Deveriam, suponho, ter a mesma natureza. Energia cerebral é material, razoavelmente mensurável, de fácil registro (eletroencefalograma) e os danos são igualmente perceptíveis. Em sendo assim o que percebemos pelos sentidos, numa a amnésia, se perde, mas se sustentaria além desta vida - deixa de ser um tipo de matéria e passa a ser outro tipo de matéria - uma transmutação ou transubstanciação. É mais ou menos assim: pensamento é matéria, mas não é matéria; é uma coisa, mas é outra coisa. Se considerarmos a reencarnação essa relação fica ainda mais obscura, pois de volta ao corpo as memórias não são transferidas como num download, na forma que acontece no ressuscitamento.
O que nos identifica, além do corpo, é nossa memória. Como supor que ela transcenda a matéria (cérebro) se essa mesma memória depende dessa massa? Isso fica claro com a psicopatia, com a esquizofrenia, com o autismo e síndrome de Down, dentre outros males que dificultam a relação com o mundo, cada uma em seu grau de agravamento. Como supor uma alma que registre e processe perfeitamente as informações recebidas pelos sentidos se esses sentidos destorcem a realidade como verificado pelo cérebro? Como supor que a alma entenda as coisas como são de fato se nosso cérebro filtra a realidade? Haveria um entendimento da alma e outro do cérebro? Se fosse assim como seriam as transferências de um para o outro se têm visões diferentes? Ou as distorções são as mesmas.
A alma, como posta pelos que acreditam em sua existência, está ora desvinculada do corpo, ora vinculada a ponto de realizar trocas energéticas, ora vinculada sem fazer a transferência de informações. Isso me parece mais conveniência do que conhecimento objetivo.
Essas dúvidas não são necessariamente um desmentido para sua existência. Apenas colocam em dúvida o que se pensa dela e suas possibilidades. Para mim, o conceito de que ela seja eu após esta vida carece de mais informações. O fato incontestável sobre isso é que precisamos acreditar na vida após esta vida. É uma necessidade diante da morte, da finitude de nossa existência. Isso, por isso só, não atesta nada além da necessidade. Necessitar não é uma constatação irrefutável da coisa desejada. "Preciso, logo preciso" e não "Preciso, logo existe!".
A ideia de ALMA me remete a mais dúvidas que certezas |
Voltemos à alma e seus problemas.
Para que ela esteja em nós, ou fora do corpo, é preciso entender que tem limites físicos e que esteja ''presa'' ao corpo. Ou seja, é um corpo. Seria uma massa com uma pele delimitadora, do contrário se dispersaria como água dentro da água. Evidente que tem tamanho e, talvez, peso. Essa ''pele'' teria a forma do corpo humano ou estaria limitada ao cérebro? Relatos dos espiritistas dão conta de que ela se afasta do corpo em estado de morte do mesmo, registrando imagens que passam a ficar no cérebro quando do ressuscitamento. Ora, isso significa que há uma transferência de uma informação obtida imaterialmente, por assim dizer, para nossos neurônios, para a matéria que fica dentro da caixa craniana. Deveriam, suponho, ter a mesma natureza. Energia cerebral é material, razoavelmente mensurável, de fácil registro (eletroencefalograma) e os danos são igualmente perceptíveis. Em sendo assim o que percebemos pelos sentidos, numa a amnésia, se perde, mas se sustentaria além desta vida - deixa de ser um tipo de matéria e passa a ser outro tipo de matéria - uma transmutação ou transubstanciação. É mais ou menos assim: pensamento é matéria, mas não é matéria; é uma coisa, mas é outra coisa. Se considerarmos a reencarnação essa relação fica ainda mais obscura, pois de volta ao corpo as memórias não são transferidas como num download, na forma que acontece no ressuscitamento.
O que nos identifica, além do corpo, é nossa memória. Como supor que ela transcenda a matéria (cérebro) se essa mesma memória depende dessa massa? Isso fica claro com a psicopatia, com a esquizofrenia, com o autismo e síndrome de Down, dentre outros males que dificultam a relação com o mundo, cada uma em seu grau de agravamento. Como supor uma alma que registre e processe perfeitamente as informações recebidas pelos sentidos se esses sentidos destorcem a realidade como verificado pelo cérebro? Como supor que a alma entenda as coisas como são de fato se nosso cérebro filtra a realidade? Haveria um entendimento da alma e outro do cérebro? Se fosse assim como seriam as transferências de um para o outro se têm visões diferentes? Ou as distorções são as mesmas.
A alma, como posta pelos que acreditam em sua existência, está ora desvinculada do corpo, ora vinculada a ponto de realizar trocas energéticas, ora vinculada sem fazer a transferência de informações. Isso me parece mais conveniência do que conhecimento objetivo.
Essas dúvidas não são necessariamente um desmentido para sua existência. Apenas colocam em dúvida o que se pensa dela e suas possibilidades. Para mim, o conceito de que ela seja eu após esta vida carece de mais informações. O fato incontestável sobre isso é que precisamos acreditar na vida após esta vida. É uma necessidade diante da morte, da finitude de nossa existência. Isso, por isso só, não atesta nada além da necessidade. Necessitar não é uma constatação irrefutável da coisa desejada. "Preciso, logo preciso" e não "Preciso, logo existe!".
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