LOUCURA
Disse Tertuliano, um dos ícones do cristianismo, há mais ou menos 1.800 anos: "creio porque é absurdo". Os cristãos, eivados contra o pensamento humano, como se a Bíblia não o fosse, apoiam-se em textos como: "Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia." (1 Coríntios 3:19) Com isso jogam na vala comum do desprezo qualquer questionamento às suas concepções de verdade. E como seria o mais absurdo para nele crer? Se o critério é a loucura, o absurdo, o não humano, como descobrir além do raciocínio (humano) o que seja pura ilusão ou discurso de quem não quer oposição?
Daí me ocorre que sou descrente pela impossibilidade de saber qual crença, das tantas pelo mundo, é a mais absurda. Eis uns pequenos exemplos: animais divinizados no hinduísmo (vaca, macaco, cobra etc). Está em Shiva, um deus azul e com quatro braços, algo que podemos classificar com ainda mais absurdo, portanto, ainda mais crível: "Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que destrói para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de "renovador" ou "transformador". As primeiras representações surgiram no período Neolítico (em torno de 4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o "Senhor dos Animais". A criação do yôga, prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, intimamente ligada à transformação, é atribuída a ele. Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o meditante (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu)." (WIKI)
Porém, os absurdos não param por aí. Incas, Mais e Astecas endeusados como cultura das mais superiores e que os terríveis espanhóis destruíram em sua virulenta tomada de poder na América, criam que apaziguavam deuses com sacrifícios humanos. A arqueologia vem descobrindo corpos e mais corpos de crianças mumificadas nos Andes fruto dessa crença absurda. Elas eram dopadas e colocadas no mais alto das montanhas e ali morriam de frio. Além disso, as narrativas das mortes de virgens, com suas vísceras esparramadas pelas pirâmides astecas são ou não uma loucura? Por que essa não seria a loucura de deus?
Colocar a nossa relação com deus no nível do texto bíblico citado remete à impossibilidade de qualquer argumento. Ora, tudo o que dissermos é louco! Permanece intocável como se o fosse. Basta transitar pela história descrita nesse mesmo livro que se vê o que é loucura. Um livro tido como "A Palavra de Deus", que manda matar filhos rebeldes, coloca a mulher absolutamente inferior aos homens, que manda a mulher calar-se nas reuniões e aprender exclusivamente com o marido em casa não me parece lúcido. É louco mesmo!
Em 1954, cerca de um ano antes de sua morte, Einstein escreve a um amigo e diz: "a palavra de Deus é, para mim, nada mais do que expressão e produto da fraqueza humana. (...) Uma coleção de lendas honoráveis, ainda que primitivas. Para mim, a religião judaica, como todas as outras religiões, é uma encarnação das superstições mais infantis. E o povo judeu, a quem pertenço alegremente e que tenho profunda afinidade, não tem qualidade superior em relação a todas as outras pessoas."
Daí me ocorre que sou descrente pela impossibilidade de saber qual crença, das tantas pelo mundo, é a mais absurda. Eis uns pequenos exemplos: animais divinizados no hinduísmo (vaca, macaco, cobra etc). Está em Shiva, um deus azul e com quatro braços, algo que podemos classificar com ainda mais absurdo, portanto, ainda mais crível: "Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que destrói para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de "renovador" ou "transformador". As primeiras representações surgiram no período Neolítico (em torno de 4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o "Senhor dos Animais". A criação do yôga, prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, intimamente ligada à transformação, é atribuída a ele. Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o meditante (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu)." (WIKI)
Porém, os absurdos não param por aí. Incas, Mais e Astecas endeusados como cultura das mais superiores e que os terríveis espanhóis destruíram em sua virulenta tomada de poder na América, criam que apaziguavam deuses com sacrifícios humanos. A arqueologia vem descobrindo corpos e mais corpos de crianças mumificadas nos Andes fruto dessa crença absurda. Elas eram dopadas e colocadas no mais alto das montanhas e ali morriam de frio. Além disso, as narrativas das mortes de virgens, com suas vísceras esparramadas pelas pirâmides astecas são ou não uma loucura? Por que essa não seria a loucura de deus?
Colocar a nossa relação com deus no nível do texto bíblico citado remete à impossibilidade de qualquer argumento. Ora, tudo o que dissermos é louco! Permanece intocável como se o fosse. Basta transitar pela história descrita nesse mesmo livro que se vê o que é loucura. Um livro tido como "A Palavra de Deus", que manda matar filhos rebeldes, coloca a mulher absolutamente inferior aos homens, que manda a mulher calar-se nas reuniões e aprender exclusivamente com o marido em casa não me parece lúcido. É louco mesmo!
Em 1954, cerca de um ano antes de sua morte, Einstein escreve a um amigo e diz: "a palavra de Deus é, para mim, nada mais do que expressão e produto da fraqueza humana. (...) Uma coleção de lendas honoráveis, ainda que primitivas. Para mim, a religião judaica, como todas as outras religiões, é uma encarnação das superstições mais infantis. E o povo judeu, a quem pertenço alegremente e que tenho profunda afinidade, não tem qualidade superior em relação a todas as outras pessoas."
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