DOIS GUARDAS MUNICIPAIS SÃO AGREDIDOS POR SALDADOS DO EXÉRCITO (foto)
Foto: TV Criciúma Canal 19
Por volta do meio-dia desta sexta-feira, no Terminal Central de ônibus de Criciúma, aconteceu um desentendimento, seguido de uma briga, entre dois agentes da Guarda Municipal (GM) de Criciúma e soldados do Exército, recrutas do 28º GAC. Cerca de 20 pessoas estão envolvidas no caso, sendo a maioria soldados do quartel.
Os guardas municipais, geralmente em duplas, fazem a segurança do Terminal Central. Depois do ocorrido, os profissionais estudam uma paralisação de suas atividades. Conforme o comandante da Guarda Municipal de Criciúma Adriano da Silva, a briga ocorreu após uma abordagem feita por dois guardas municipais no Terminal, próximo do banheiro, onde são registrados os maiores problemas, como o consumo de drogas feito por jovens.
"Para mim, foi uma tentativa de homicídio o que fizeram com os nossos guardas, foi um linchamento. Entre 17 e 20 pessoas os agrediram, como mostra a câmera de monitoramento do Terminal. No momento da agressão foi usado o próprio cassetete dos guardas. Um deles foi jogado no chão e deram pisões na cabeça dele. Pela gravidade dos ferimentos e pelo fato de que foram cerca de 20 pessoas contra apenas duas, considero uma tentativa de homicídio", explica Silva.
Um dos guardas, de 21 anos, conseguiu acionar os agentes que estavam nos outros dois terminais da cidade. Quando eles chegaram, os agressores fugiram e somente um deles foi apreendido. Trata-se de um jovem de 19 anos que serviu o Exército há pouco tempo. Ele foi levado à Delegacia de Polícia para prestar depoimento.
"Sabemos que ele não agiu sozinho. Tivemos acesso às imagens das câmeras de segurança do Terminal e dá para ver cerca de 20 pessoas na briga. Muitos estão com a farda do Exército, alguns com roupas comuns, e outros até aparecem separando a briga. Porém, ainda não foi possível identificar ninguém", afirma o delegado Fernando Possamai, que recebeu a ocorrência na Central de Flagrantes da Polícia Civil.
De acordo com o comandante do 28º GAC, tenente-coronel Antonio Ribeiro, a instituição condena este tipo de atitude. Ele frisa que esta foi uma ocorrência isolada. “Isso não tem nada a ver com o que a instituição prega. Agora, será aberto um processo investigatório, através do qual serão ouvidos os guardas envolvidos no caso e os supostos militares também envolvidos. Vamos ouvir todos e identificar os autores das agressões, que serão veementemente punidos”, garante.
Explicação - Segundo Adriano da Silva, a agressão pode ter uma motivação. Ele explica que, há cerca de três semanas, um militar andava de bicicleta na via onde os ônibus passam. O militar também queria passar pela catraca sem pagar. Ele foi abordado por guardas municipais, os quais o repreenderam, e o fatou gerou uma discussão. "Pode ser que lá dentro do quartel tenha se deflagrado alguma rixa e o ato de hoje tenha sido como uma vingança contra os guardas", especula Silva.
Paralisação - A Guarda Municipal de Criciúma pode paralisar as atividades nos próximos dias, os profissionais estão acuados depois do ocorrido. Os Guardas voltam a chamar atenção para a falta de equipamentos de segurança, pois eles não utilizam coletes e não usam armas, por exemplo.
Hoje, a Guarda conta com 43 profissionais, divididos em turnos, sendo 15 profissionais a cada dia. Os profissionais esperam junto ao poder público a chamada de mais 50 guardas para atuarem nas ruas de Criciúma.
Vanessa Amando/Engeplus
Hoje, a Guarda conta com 43 profissionais, divididos em turnos, sendo 15 profissionais a cada dia. Os profissionais esperam junto ao poder público a chamada de mais 50 guardas para atuarem nas ruas de Criciúma.
Vanessa Amando/Engeplus
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