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    A CEGUEIRA DOS CEGOS QUE NÃO QUEREM VER

    Você poderia desejar que uma Ferrari saísse de uma fábrica de Chevettes. Desejar é possível, desejar é espontâneo, desejar é incontido, desejar não enfrenta limites, desejar é querer até o impossível. Desejamos dentro do que conhecemos. É impossível desejar o que não conhece, pois sempre partiremos do conhecido, tangível, mensurável para algo que pode ser realizável. A Ferrari não sairá de uma fábrica de Chevettes porque não haveria equipamentos que a produzisse. Da fábrica de Chevettes pode sair carros semelhantes, não algo diametralmente oposto.

    Você e eu temos condições de avaliar algumas coisas a partir de certas informações, a partir de experiências etc. Dificilmente alguém que visse um alicerce de casa de um piso poderia supor um prédio de vários andares naquela base. Creio que encontraríamos quem não atentasse para a diferença da base de um e outro prédio.

    Então, de qualquer forma os contornos da casa podem ser vistos a partir do alicerce, não os detalhes, não o acabamento. Neste arrazoado ouso partir apenas das linhas gerais da Matriz de Referência para o Enem 2009 (texto completo AQUI), em seus eixos cognitivos para perguntar se seria possível erguer uma "casa". Segue o texto:

    EIXOS COGNITIVOS (comuns a todas as áreas de conhecimento)

    I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.

    II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

    III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.

    IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.

    V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

    Essas linhas que fundamentam todo o texto é maravilhosa. Porém, de que estudantes estaria falando? Dos brasileiros que não. Isso talvez sirva para os suecos. Nossos estudantes não conseguem relacionar uma alface com uma salada, não conseguem relacionar trabalho com carreira, não conseguem relacionar história com trajetória e, sequer, música com poesia, quiçá entendam a necessidade de rima.

    Temos professores pobres, que não conseguem usar de qualquer dialética básica diante dos problemas. Estudantes saem da escola sem saber a tabuada e sem distinguir uma crônica de um poema. Num mar de imbecilidades que é nossa escola os professores brigam por salários porque não lhes interessa conteúdo (preciso dizer o óbvio: que há exceções porque senão vão dizer que estou generalizando e como não sabem ler eu tenho que explicar em detalhes. Enfim, há exceções e todos os professores vão se colocar na exceção porque imbecil não se acha imbecil, pelo contrário). Temos um governo que força as crianças a passarem de ano para mostrar números. Estamos diante do caos escolar e de um presente da mais absurda pobreza intelectual, de frouxidão tal que adolescente berra com adulto sem o menor problema e o adulto tem que engolir. O que se dirá do futuro?

    Brasil, um país de tolos!

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