A MENTIRA SOBRE EDUCAÇÃO
Diariamente leio ou ouço sobre a necessidade de ''investir em educação'', leia-se nas escolas. Fui bem específico quando citei as escolas, mas em geral o discurso morre no ''ão''. Ainda não encontrei alguém que seja claro, que diga exatamente o que seja e como fazer investimento em educação, com exceção dos professores que traduzem isso em salário para si. As poucas propostas visam melhorias nas condições das salas de aulas, quadras de esportes, salas de informática etc.
Dei minha despretensiosa sugestão de retorno à base no texto que você lê AQUI.
Contudo, quero acrescentar dois detalhes que remetem à outra situação e que não dá para comparar a situação da Coréia do Sul, onde 97% dos jovens têm o ensino médio concluído e 60% cursam universidades. Não dá mesmo. É outra cultura onde estudante é submetido a muita disciplina. Lá a disciplina é rígida, não essa bagunça que vemos por aqui. E sem mudar a cultura - visão que se tem de si mesmo e da sociedade, nada mudará. Não será 10% do PIB, como querem alguns, que fará a mudança.
Na minha visão são dois os fatores que nos impedem que crescer na educação: nossa história como sociedade e o desejo pessoal de não dar valor ao conhecimento.
Nosso amado Brasil foi construído, se é que se pode usar essa palavra, como uma nação de pouco apreço pelo conhecimento. Até bem pouco tempo tínhamos pais que diziam que estudar era coisa pra rico, que mulher não precisava, que trabalhador é o que pega no cabo da enxada e coisas do tipo. Uns raros viam nos estudos algo que o levasse ao longo da construção de sua própria vida. Aprendeu a ler e fazer contas tinha estudado. O que vemos são gerações que simplesmente relegam o estudo, o conhecimento, a quinto plano. O primeiro plano é concluir os ''estudos''. Sim, formar-se está acima de saber o que estudou. Até a cola tornou-se virtude. Alunos que gostam de livros, que dão seu tempo aos estudos, foram ridicularizados desde sempre. Não temos uma cultura de ovação aos inteligentes, mas aos malandros.
Desde meus primeiros anos de estudos, em 1972, que se fazia as tais gozações para cima dos CDFs. Os estudiosos eram invejados, mas não copiados. Hoje está ainda pior. Tirar um 10 numa prova pode render uma surra na saída escola. É essa a cultura que permitimos que fosse construída. Os pais permitiram isso porque simplesmente ignoram o que seus filhos fazem na escola. Eu fui na classe e perguntei para todos como era o comportamento dos meus filhos. Nunca permiti que fossem desordeiros. Se foram o fizeram por sua conta e risco. Jamais passei a mão na cabeça ou ignorei que pudessem mentir sobre o que faziam. Jamais coloquei em dúvida a atitude do professor diante deles. Professor era autoridade para mim!
Não vejo, com extrema melancolia, que qualquer coisa que os governos façam reverta isso. É uma coisa que não se sabe onde começa e onde termina nos dias de hoje. Cultura é assim. Romper com isso seria retroceder a um passado de punições duras contra alunos maus, que agridem, covardes que tornam a vida dos bons em medo de serem bons. Temos que condecorar, premiar os bons estudantes. Dar vergonha aos relapsos. Estabelecer a competição descarada mesmo, onde tem que ralar pra chegar e os ruins caiam na malha da seleção.
Mas é uma mudança que depende do povo. Os governos podem dar uma mãozinha, mas eles são reflexos desse mesmo povo.
O maior investimento na educação escolar não depende de dinheiro público.
Dei minha despretensiosa sugestão de retorno à base no texto que você lê AQUI.
Contudo, quero acrescentar dois detalhes que remetem à outra situação e que não dá para comparar a situação da Coréia do Sul, onde 97% dos jovens têm o ensino médio concluído e 60% cursam universidades. Não dá mesmo. É outra cultura onde estudante é submetido a muita disciplina. Lá a disciplina é rígida, não essa bagunça que vemos por aqui. E sem mudar a cultura - visão que se tem de si mesmo e da sociedade, nada mudará. Não será 10% do PIB, como querem alguns, que fará a mudança.
Na minha visão são dois os fatores que nos impedem que crescer na educação: nossa história como sociedade e o desejo pessoal de não dar valor ao conhecimento.
Nosso amado Brasil foi construído, se é que se pode usar essa palavra, como uma nação de pouco apreço pelo conhecimento. Até bem pouco tempo tínhamos pais que diziam que estudar era coisa pra rico, que mulher não precisava, que trabalhador é o que pega no cabo da enxada e coisas do tipo. Uns raros viam nos estudos algo que o levasse ao longo da construção de sua própria vida. Aprendeu a ler e fazer contas tinha estudado. O que vemos são gerações que simplesmente relegam o estudo, o conhecimento, a quinto plano. O primeiro plano é concluir os ''estudos''. Sim, formar-se está acima de saber o que estudou. Até a cola tornou-se virtude. Alunos que gostam de livros, que dão seu tempo aos estudos, foram ridicularizados desde sempre. Não temos uma cultura de ovação aos inteligentes, mas aos malandros.
Desde meus primeiros anos de estudos, em 1972, que se fazia as tais gozações para cima dos CDFs. Os estudiosos eram invejados, mas não copiados. Hoje está ainda pior. Tirar um 10 numa prova pode render uma surra na saída escola. É essa a cultura que permitimos que fosse construída. Os pais permitiram isso porque simplesmente ignoram o que seus filhos fazem na escola. Eu fui na classe e perguntei para todos como era o comportamento dos meus filhos. Nunca permiti que fossem desordeiros. Se foram o fizeram por sua conta e risco. Jamais passei a mão na cabeça ou ignorei que pudessem mentir sobre o que faziam. Jamais coloquei em dúvida a atitude do professor diante deles. Professor era autoridade para mim!
Não vejo, com extrema melancolia, que qualquer coisa que os governos façam reverta isso. É uma coisa que não se sabe onde começa e onde termina nos dias de hoje. Cultura é assim. Romper com isso seria retroceder a um passado de punições duras contra alunos maus, que agridem, covardes que tornam a vida dos bons em medo de serem bons. Temos que condecorar, premiar os bons estudantes. Dar vergonha aos relapsos. Estabelecer a competição descarada mesmo, onde tem que ralar pra chegar e os ruins caiam na malha da seleção.
Mas é uma mudança que depende do povo. Os governos podem dar uma mãozinha, mas eles são reflexos desse mesmo povo.
O maior investimento na educação escolar não depende de dinheiro público.
Bom dia
ResponderExcluir"Nosso amado Brasil foi construído, se é que se pode usar essa palavra, como uma nação de pouco apreço pelo conhecimento. Até bem pouco tempo tínhamos pais que diziam que estudar era coisa pra rico, que mulher não precisava, que trabalhador é o que pega no cabo da enxada e coisas do tipo. "
Calma lá rapaz.!!
Tive pais semi-analfabetos ,ambos com o primário concluido somente e JAMAIS ouvi deles algo assim,PELO CONTRÁRIO,a pressão e BULLYING foi sempre para o estudo.
Posso inclusive afirmar que grande parte de minha geração onde estudei se dedicava bem aos estudos,não como se deveria,mas existia uma dedicação SEM VIADAGENS paralelas.
abraços