VIVA A INTOLERÂNCIA!
A intolerância é absolutamente normal. Todas as concepções, da religião à política, surgiram dela. Tolerar é aceitar, é ser passivo. Desejar o novo ou diferente é ser intolerante. Daí o lado que seria positivo. Não fosse a intolerância o cristianismo não teria surgido, por exemplo. Mas esse papo poderia ser apenas retórica...
Escrevo sobre isso porque me tornei um intolerante quanto ao mal uso das palavras, certo de que, por vezes, delas me utilizo em desconformidade com sua semântica. Mas vá lá... estamos na roda viva do aprendizado.
Feliciano foi atacado muitas vezes por defender princípios de sua fé |
O caso em questão são os chamados clichês que nos impedem de vislumbrar algo um pouco além do óbvio. Por vezes tropeço na condenação à intolerância, sendo isso absolutamente contraditório, haja visto ser essa condenação uma intolerância. Há um exército de intolerantes à intolerância sem que se apercebam do que dizem. Ademais, suponho, sejam intolerantes com tantas coisas como é natural que sejamos. Ora, como posso desejar uma educação escolar de nível mais elevado do que o corrente sem ser intolerante? É obvio que devo ser intolerante para com o status quo das escolas, por exemplo.
Outro exemplo em evidência. Quando nos deparamos com grupos que rejeitam a homossexualidade também vemos os intolerantes para com esses mesmos grupos. Em se tratando de intolerância podem morrer abraçados pelo mesmo mal. Ao menos poderiam adequar seus discursos. Outro caso que volta e meia aparece na mídia é o caso das cotas. Da mesma forma são intolerantes versus intolerantes.
Em sendo assim, me parece que o caso é escolher quais intolerâncias vamos seguir e o que faremos com elas.
Por fim, fica o apelo para que sejamos intolerantes com os tais clichês que nos remetem à escuridão verborrágica, para dizer o mínimo. Sejamos intolerantes para com a insistência de alguns em querer calar a voz do outro, por mais contrário que seja. E ainda fazem-no em nome do "respeito". Não aceitar isso é o caminho para conflitos mais intensos que o falatório.
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