UM DETALHE NOS EVANGELHOS
Note esses dois textos:
"Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera." Atos 1.1-2
"Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem." João 21:25
"Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera." Atos 1.1-2
"Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem." João 21:25
Algumas consideração preliminares. Nenhum desses textos sabe-se o autor. Há quem diga que Lucas, o do evangelho, escreveu o livro dos Atos dos Apóstolos, mas não dá pra ter certeza absoluta da autoria de nenhum dos livros exceto as epístolas e ainda com a exceção de Hebreus. Sobre o livro de João a autoria é baseada numa tradição extra-bíblica. Nenhum dos evangelhos foi assinado pelo autor ou isso se perdeu nas transcrições.
Os trechos são contraditórios se olharmos pela ótica da inspiração: ou foi tudo, ou foi uma parte. O ''autor'', que seria o Espírito Santo, não contradizer-se-ia. Mas o texto sugere. Evidente que uma expressão como "acerca de tudo que Jesus..." pode ser tida como uma forma figurada. Mas isso nos coloca num vazio, sem saber quem definiu de fato o episódio a ser registrado, pois são autores diferentes, além de que o Espírito Santo, como fonte e disposto a narrar alguma coisa não precisaria de mais que uma pessoa para escrever. Ainda mais textos pequenos como são. Mas cá entre nós: Deus precisa de livros? Óbvio que não.
Afinal, podemos confiar nesses textos. Creio que não. Por isso que a fé é o divisor de águas. Tudo que chegou até nós tem cerca de um século depois do que narra. O discípulo Lucas, por exemplo, fez uma pesquisa para escrever o seu evangelho, não foi uma inspiração como um "senta e escreve". Baseou-se em testemunhos e estes estiveram submetidos à memória e romantismo humanos. Enfim, que Deus permitiria que sua mensagem se perdesse no tempo e fosse resgatada por copistas? Não há um único texto original, do próprio autor, que tenha sobrevivido. Quando a ciência, em especial a arqueologia, entra em cena a coisa se complica. Evidente, que para os cristãos a ciência só serve quando confirma a Bíblia...
Se o homem foi capaz de alterar, por sua própria conta, uma vírgula do texto, é porque o Autor a ele está submetido e o todo cai na insegurança. O fato é que é impossível registrar todos os atos de uma pessoa em livros tão pequenos como os evangelhos. Pior, tudo o que não foi registrado consiste em muito mais coisas realizadas e não tiveram importância tal para serem registradas. Ou seja, fez muito, mas atos insignificantes.
Ah, o Teófilo... Ninguém sabe qualquer coisa sobre ele. Pior, tornar um texto universal quando é dirigido a uma pessoa fica muito estranho. Por outro lado, há quem diga que seja uma expressão grega, pois Téo vem de Δέος (théos = Deus) mais φίλος (filos = amigo). Ou seja, seria uma carta aos "amigos de Deus". Pode ser. Aliás, pode ser qualquer coisa.
Os trechos são contraditórios se olharmos pela ótica da inspiração: ou foi tudo, ou foi uma parte. O ''autor'', que seria o Espírito Santo, não contradizer-se-ia. Mas o texto sugere. Evidente que uma expressão como "acerca de tudo que Jesus..." pode ser tida como uma forma figurada. Mas isso nos coloca num vazio, sem saber quem definiu de fato o episódio a ser registrado, pois são autores diferentes, além de que o Espírito Santo, como fonte e disposto a narrar alguma coisa não precisaria de mais que uma pessoa para escrever. Ainda mais textos pequenos como são. Mas cá entre nós: Deus precisa de livros? Óbvio que não.
Afinal, podemos confiar nesses textos. Creio que não. Por isso que a fé é o divisor de águas. Tudo que chegou até nós tem cerca de um século depois do que narra. O discípulo Lucas, por exemplo, fez uma pesquisa para escrever o seu evangelho, não foi uma inspiração como um "senta e escreve". Baseou-se em testemunhos e estes estiveram submetidos à memória e romantismo humanos. Enfim, que Deus permitiria que sua mensagem se perdesse no tempo e fosse resgatada por copistas? Não há um único texto original, do próprio autor, que tenha sobrevivido. Quando a ciência, em especial a arqueologia, entra em cena a coisa se complica. Evidente, que para os cristãos a ciência só serve quando confirma a Bíblia...
Se o homem foi capaz de alterar, por sua própria conta, uma vírgula do texto, é porque o Autor a ele está submetido e o todo cai na insegurança. O fato é que é impossível registrar todos os atos de uma pessoa em livros tão pequenos como os evangelhos. Pior, tudo o que não foi registrado consiste em muito mais coisas realizadas e não tiveram importância tal para serem registradas. Ou seja, fez muito, mas atos insignificantes.
Ah, o Teófilo... Ninguém sabe qualquer coisa sobre ele. Pior, tornar um texto universal quando é dirigido a uma pessoa fica muito estranho. Por outro lado, há quem diga que seja uma expressão grega, pois Téo vem de Δέος (théos = Deus) mais φίλος (filos = amigo). Ou seja, seria uma carta aos "amigos de Deus". Pode ser. Aliás, pode ser qualquer coisa.
Isto é somente uma grande fonte de inspiração, exatamente como um bom livro de poesias.
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