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    A DEFESA DE SALVARO

    Ele faz silêncio, mas seus seguidores muito barulho.

    É inimaginável que um prefeito tenha sua administração ligada a desvios de tal monta (fraude, peculato, licitação dirigida, adulteração de documentos e desvio dos cofres públicos de R$ 1,2 milhão), como os apresentados pelo Ministério Público, e tenha no silêncio uma estratégia. Está seguindo seu marketeiro Amarildo Passos, provavelmente. Porém, nas redes sociais a defesa está em campo e fazendo um belo barulho. E o que estariam dizendo?

    Reuni três dos principais, senão os únicos, argumentos em defesa do prefeito Clésio Salvaro que pude observar:

    1. Não foi citado pelo MP;
    2. Prefeito que mais obras fez em Criciúma;
    3. Caso da Celesc.

    Não há a menor dúvida da não citação do MP no inquérito que apurou as denúncias iniciadas pela CPI do Esgoto, na Câmara de Vereadores de Criciúma. Sobre isso há que se analisar algumas coisas. Primeiro, a Câmara cumpriu com seu papel numa CPI que o próprio prefeito pediu a instalação e quis barrar judicialmente por três vezes. Graças ao bom senso dos juízes suas tentativas não prosperaram. Jogo de cena para dizer que a CPI não fez o que tinha que fazer ou que era meramente política. Talvez isso tenha algum efeito já que nosso povo é extremamente carente de entendimento sobre essas coisas. Segundo, o prefeito não foi citado por uma questão absolutamente óbvia: foram apurados apenas documentos e não haveria qualquer documento com a assinatura dele porque não há mesmo. Tudo acaba girando, no máximo, até os secretários como ficou claro. É o alcance da burocracia: a assinatura do prefeito só vai até a Ordem de Serviço e ainda dependendo do caso nem aí. O MP não levou em consideração as provas testemunhais. Terceiro, se ele não esteve envolvido com isso mostrou, na melhor das hipóteses, que não administra coisa alguma e pode ser facilmente enrolado por seus apadrinhados. Se não sabia era de se esperar uma atitude imediata. Como não exonerou o Luiz Joventino Selva, por exemplo, é porque acredita em sua inocência e isso remete a total desconsideração do Ministério Público. Acredita na palavra do Selva e não nos documentos apurados na investigação. Faz exatamente o papel do marido traído que, diante das fotos e gravações de sua esposa com outro, só acreditaria se pegasse a ambos na cama e nus, porque se estivessem com roupas ainda assim não se daria por corneado. Vindo de um político experiente como Clésio Salvaro só há uma hipótese que faz sentido: crer que a imagem de ''tocador de obras'' vá superar a de falcatrua ou de enganado. E veremos reinar o ''rouba, mas faz'' de que tanto as pessoas de bem têm nojo.

    O fato de mostrar muitas obras parece ser uma forma de inocentá-lo. Ora, foi justamente numa obra que o rombo apareceu. Vamos lembrar que Criciúma foi premiada nacionalmente na Saúde com Acélio Casagrande no governo de Paulo Meller e por trabalhos voltados às crianças no governo Décio Góes. É razoável pensar que a máxima de Saúde e Educação não darem votos foi muito bem sacada por Clésio Salvaro. Diriam que construiu duas escolas para educação em tempo integral e vários postos de saúde. Isso é fato e voltamos ao ponto: obras. Em sendo assim, a própria população assegura que isso seja verdade, que Saúde e Educação não dão votos.

    O caso em que Eduardo Moreira é acusado de desviar 52 milhões da Celesc quando o assunto é prefeitura de Criciúma é uma relação puramente política. Isso só está ocorrendo pelo fato de Moreira ser oposição neste momento e que seria veladamente omitida caso ambos fosse aliados. Um crime de improbidade administrativa ser levado para o conflito político é uma tentativa de desvio do foco da mais pura falta de argumentos. São casos totalmente distintos, cujo elo é apenas partidário e eleitoral. Isso mostra uma bela dose de desespero. O que se espera do Ministério Público senão que proceda investigação na Celesc da mesma forma? É óbvio que sim.

    Por fim, haveria uma articulação do Paço para que ''peixe pequeno'' faça o tumulto nas redes sociais? É possível, mas duvido. Creio que seja uma tremenda vontade de manter o discurso que já vinha sendo feito de louvores à administração Márcio e Eu. É compreensível a dificuldade de retroceder e aceitar que foram traídos, que foram enganados, que foram feitos de idiotas. Havia um certo romantismo de que, enfim, acharam o cara para fazer de nossas pobres vidas uma grande coisa.

    Recomendo a postura que tenho adotado: se apoio, muito mais feroz me torno em cobrar decência. E quem receber meu voto terá em mim não a subserviência dos cordeiros, mas a visão e o olfato dos lobos!

    Um comentário:

    1. O Paço fez um festa desgraçada tão logo saiu o teor da denúncio. Pensava-se que era pela não citação do Clésio, mas não. É que descobriram só 1,2 mi dos 40 ou 50 desviados. Agora, cada um dos cinco leva 1 ou 2 milhão pra se defender e... realmente, havia motivos para a festa.

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