O DIA QUE NÃO É DA MULHER
Ao ler sobre o Dia Internacional da Mulher fica evidente que foram muitas as lutas desde o século XIX, notadamente nos EUA e Russia, com a industrialização iniciada pela Inglaterra. Sim, nessa fase da História humana as mulheres passaram a deixar seus lares em grande escala para ocuparem postos de trabalho na indústria e o processo não parou desde então. Durante as Grandes Guerras essa “saída” ficou ainda mais acentuada e levou a uma nova realidade: conhecimento tecnológico. A emancipação da mulher está diretamente ligada à sua profissão, aos seus conhecimentos e, por isso, à sua sobrevivência. Não há Ser emancipado cuja vida dependa de outra.
Eis aqui um grande impasse. É sabido, queiram assumir ou não, que as mulheres desejam um homem que as proteja e que dê, inclusive, o sustento, preferencialmente com muito conforto, com as exceções de sempre. A natureza exige que a maternidade, se levada com a dedicação que merece, impede a mulher de trabalhar por, pelo menos, seis anos. Sim, um pré-natal adequado e os cuidados que a criança precisa até que vá para a escola levam esses anos.
Ao mesmo tempo que a vida tem pressionado para sair de casa, há uma boa parcela que quer ficar em casa. Não vou entrar no mérito, pois acho da maior dignidade uma mulher que quer apenas dedicar-se ao lar e ter em seu companheiro o provedor. Da mesma forma minha admiração às que se lançam à vida profissional com muita competência. As vadias, despreparadas e mal intencionadas são tão comuns quanto entre os homens e classificar moralmente pelo gênero é coisa de gente tola.
Para mim, como homem, é o fio da navalha, pois qualquer coisa que eu diga pode ser taxado como fruto da “sociedade machista” - expressão que encerra a incapacidade de analisar a sociedade, sua composição e história, mas que está grudada como chiclete em banco. Poucas pessoas conseguem ir além do imediato. Mesmo assim não vou recuar das minhas observações sobre o assunto e atesto que há uma dicotomia em se tratando da mulher dos últimos 200 anos - tempo irrisório dentro da existência humana.
O dia 8 de março, dia da mulher, tem origem nas manifestações delas contra o Czar Nicolau II e contra a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Desencadearam, assim, a Revolução Comunista que estava sendo articulada e que foi um dos cânceres da humanidade no século XX. Mas havia muitas outras manifestações em vários locais do mundo. Todas relativas ao trabalho, para dar melhores condições em suas atividades profissionais, além do direito ao voto e ao divórcio. Não houve, até onde pude ver, uma luta para que mudassem o conceito de família, direito de ser mãe solteira etc. Não pediam que os homens fossem mais cordiais, por exemplo. Não pediam liberdade sexual, pelo contrário, foi uma época em que pipocavam manifestações pela moralidade da família, também contra o divórcio e coisas do gênero. A luta não foi unânime.
O quê, afinal de contas, se comemora no dia 8 de março? Nada. Isso mesmo, não se pode comemorar algo que não se tem ou que divide desejos. Ora, há desejos femininos de toda a ordem. Das puritanas às despudoradas, as que querem o formato tradicional de família às lésbicas... Estamos num processo e este dia não é de comemoração, mas de discussão. E para tal, é preciso que as muitas necessidades sejam discutidas e, principalmente, respeitadas. Se uma mulher quer ser dona de casa, que seja, se deseja não ter filhos e não depender de homem algum, que seja.
A dignidade e condições adequadas a cada uma para que exerçam a vida que desejam, sem agressões às individualidades, é a maior das conquistas. E para isso, ter um dia é o que menos importa, pois essas conquistas são de todos e não de um gênero.
Eis aqui um grande impasse. É sabido, queiram assumir ou não, que as mulheres desejam um homem que as proteja e que dê, inclusive, o sustento, preferencialmente com muito conforto, com as exceções de sempre. A natureza exige que a maternidade, se levada com a dedicação que merece, impede a mulher de trabalhar por, pelo menos, seis anos. Sim, um pré-natal adequado e os cuidados que a criança precisa até que vá para a escola levam esses anos.
Ao mesmo tempo que a vida tem pressionado para sair de casa, há uma boa parcela que quer ficar em casa. Não vou entrar no mérito, pois acho da maior dignidade uma mulher que quer apenas dedicar-se ao lar e ter em seu companheiro o provedor. Da mesma forma minha admiração às que se lançam à vida profissional com muita competência. As vadias, despreparadas e mal intencionadas são tão comuns quanto entre os homens e classificar moralmente pelo gênero é coisa de gente tola.
Para mim, como homem, é o fio da navalha, pois qualquer coisa que eu diga pode ser taxado como fruto da “sociedade machista” - expressão que encerra a incapacidade de analisar a sociedade, sua composição e história, mas que está grudada como chiclete em banco. Poucas pessoas conseguem ir além do imediato. Mesmo assim não vou recuar das minhas observações sobre o assunto e atesto que há uma dicotomia em se tratando da mulher dos últimos 200 anos - tempo irrisório dentro da existência humana.
O dia 8 de março, dia da mulher, tem origem nas manifestações delas contra o Czar Nicolau II e contra a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Desencadearam, assim, a Revolução Comunista que estava sendo articulada e que foi um dos cânceres da humanidade no século XX. Mas havia muitas outras manifestações em vários locais do mundo. Todas relativas ao trabalho, para dar melhores condições em suas atividades profissionais, além do direito ao voto e ao divórcio. Não houve, até onde pude ver, uma luta para que mudassem o conceito de família, direito de ser mãe solteira etc. Não pediam que os homens fossem mais cordiais, por exemplo. Não pediam liberdade sexual, pelo contrário, foi uma época em que pipocavam manifestações pela moralidade da família, também contra o divórcio e coisas do gênero. A luta não foi unânime.
O quê, afinal de contas, se comemora no dia 8 de março? Nada. Isso mesmo, não se pode comemorar algo que não se tem ou que divide desejos. Ora, há desejos femininos de toda a ordem. Das puritanas às despudoradas, as que querem o formato tradicional de família às lésbicas... Estamos num processo e este dia não é de comemoração, mas de discussão. E para tal, é preciso que as muitas necessidades sejam discutidas e, principalmente, respeitadas. Se uma mulher quer ser dona de casa, que seja, se deseja não ter filhos e não depender de homem algum, que seja.
A dignidade e condições adequadas a cada uma para que exerçam a vida que desejam, sem agressões às individualidades, é a maior das conquistas. E para isso, ter um dia é o que menos importa, pois essas conquistas são de todos e não de um gênero.
Muito bom o raciocínio, e muito bem exposto.
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