SURDOS NO ENSINO PÚBLICO DE CRICIÚMA
A senhora Marilena Barreto me procurou aqui pelo Facebook
para relatar o caso de seu filho/neto que é surdo e passou para o 3º ano sem
ser alfabetizado em Português e Libras – Língua Brasileira de Sinais. No
primeiro ano esteve na escola Pascoal Meller, bairro Santa Augusta, onde ficava
num canto, desenhando. No ano passado foi para a escola estadual São Cristóvão,
no bairro homônimo, onde há professor capacitado.
Vamos a alguns dos fatos.
Segundo informações da coordenadora de Educação Especial da
prefeitura de Criciúma, Sônia Regina Rabelo Alves, há apenas dois profissionais
que conseguem comunicação com surdos em toda a rede. Mesmo assim não estariam
em totais condições, pois é preciso muita prática. O município investiu em
treinamentos a partir de 2009 com 120 horas e mais 40 horas em 2011. Estão planejadas
mais 40 horas este ano. Sônia acrescentou que não há na rede municipal
estudante que conheça Libras. Ou seja, o caso é ensinar primeiro para depois
integrá-los aos demais e ter as aulas interpretadas. Só que esse ensino está
nas mãos do Estado e na ausência de alunos conhecedores de Libras esses
profissionais não podem praticar de forma a agilizar seu próprio aprendizado da
língua de sinais.
Em Criciúma apenas uma escola do Estado dispõe do ensino
regular para surdos, a do bairro São Cristóvão. A diretora, Dione Teixeira,
informou que há turmas do 1º ao 5º ano bilíngue – alfabetização em Português e
Libras. Há, contudo, algumas dificuldades de aprendizagem nesse processo.
Primeiro a família não conhece e a convivência ajuda muito; depois há casos em
que a criança sente dificuldades de entrosamento e outras possuem limitações
cognitivas; e, há a necessidade de passarem de ano como as demais, fruto da apresentação de números de desempenho da escola para a
Secretaria de Estado, do Estado para o MEC e do Brasil para instituições internacionais
financiadoras (mas isso é outro assunto). Mesmo em meio às dificuldades,
segundo Dione, “as crianças apresentam um grande avanço nos primeiros anos.”
Entretanto, Marilena testemunha que seu filho pouca evolução
apresentou, não passando da identificação de letras, quando deveria ler. Nestes
casos, argumenta a diretora, é de praxe que a criança seja retida no final do
terceiro ano para que volte a fazer as disciplinas nas quais não teve
desempenho adequado, que é o que pode ocorrer com este menino, concomitante às
aulas de quarto ano.
Este caso é muito interessante porque está em meio a um processo. Ou seja, o ensino de Libras não está consolidado,
nem nas escolas municipais, nem no Estado e muito menos entre as famílias, cuja
atuação é fundamental em qualquer situação de aprendizado, seja entre os
portadores de necessidades especiais, seja entre os chamados de normais. Há
carência de profissionais habilitados e as escolas estão adequando suas estruturas.
Por conta disso há um caminho longo a ser trilhado por professores, pais e,
principalmente, pelos portadores dessa anomalia física.
Não obtive precisão nas informações que pesquisei, mas é possível que no Brasil haja cerca de 750 mil deficientes auditivos, entre eles os surdos.
sei que essa será uma longa jornada em busca de soluções e conquista..e não podemos desistir de lutar, por isso agradeço o teu empenho nesse caso..e espero o mais breve possivel que os alunos que tanto precisam desses profissionais sejam atendidos prontamente...
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