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    GOVERNOS E SUAS DÍVIDAS

    A cada posse nos Executivos nos vemos diante da recorrente falação sobre dívidas. Um caso que chamou a atenção, pelo menos para mim, foi do prefeito de Içara, Gentil da Luz, que saiu aos quatro ventos esbravejando contra seu antecessor que “ele” teria que pagar suas dívidas. Mesmo no caso da presidente Dilma Roussef o assunto quicou nas colunas de jornais e comentários de toda ordem. O mesmo em se tratando de Raimundo Colombo. No caso desses dois últimos não haveria como reclamarem tal sua participação, ou no próprio governo, ou nas amarrações de campanha. A choradeira parece ser caso de oposição política, não de dívidas.
    Porém, quero olhar numa outra direção.
    Não conheço campanha em que o “endividador” não tenha se esforçado para, ou ganhar novamente, ou fazer seu sucessor. Então me parece óbvio que não foi tão irresponsável. Seria de receber todas as críticas e acusações se tivesse virado as costas e partido para férias ininterruptas. (Talvez observando a intensidade, o empenho, ou corpo-mole na campanha há de se notar um “foda-se o próximo”). Além disso, o sucessor, de partido adversário, entrou para resolver e pronto. Toda a reclamação é uma total bestialidade ou para posar de vítima.
    Esse detalhe não é o ponto principal. O que vejo de mais importante na questão é que algo foi feito. Por exemplo, a construção de equipamentos públicos como escolas, creches e postos de saúde. Se a obra foi feita e não foi paga pelo executor não vejo no que ser condenado. Afinal, é o dinheiro público que paga, seja lá quem ocupou o cargo ou em que tempo. E tem mais. Como as decisões judiciais sobre dívidas demoram gerações, transformados em Precatórios, não há prefeito que não esteja pagando conta de muitas administrações anteriores e que não deixará para os vindouros. Os precatórios são gerados, inclusive, contra a vontade do Executivo, pois credores, ao questionarem na Justiça, forçam o processo a tramitar em todas as instâncias e se enrolarem em cálculos infindáveis de reajustes etc.
    Indo um pouco mais além. É óbvio, para mim, que o que deve ser discutido não é se deixou ou não dívidas, mas como aplicou os recursos, se houve mesmo o gasto e se o Tribunal de Contas aprova a gestão. Passou por isso basta apenas fazer a parte mais fácil: pagar.

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