DO PRECONCEITO À VITÓRIA (breve relato de uma história breve do skate em Criciúma)
No início da década passada o skate ainda era marginal na região de Criciúma. A PM, a pedido do cidadão, prendia o 'carrinho' constantemente. Como colunista do Jornal da Manhã abracei a causa da gurizada e a coisa começou a mudar.
Na Associação Empresarial de Criciúma (ACIC) o esporte passou a ser comentado. Falava para os empresários do nicho de mercado e das empresas da região que ganhavam com o estilo street de roupas. “O Brasil exporta o truck (eixo) do skate”, comentava orgulhoso para que mudassem a visão recorrente sobre o esporte.
Num domingo à tarde eu ia para a redação do jornal com um disquete no bolso para baixar a coluna de segunda-feira. Em certa altura, no bairro Próspera, ‘pedalava’ meu skate, quando um cidadão passou num Chevette branco e gritou da janela: “Vai trabalhar vagabundo!”. Como ciclista ainda hoje ouço, assim como meus colegas do pedal, esse tipo de manifestação.
Durante oito anos lutei pela construção da pista ali no Parque Centenário. Foram muitas reuniões e do começo ao fim uns raros acompanharam em todo o tempo. A cada ano mudavam os companheiros de luta. Na primeira vez que fui num campeonato não sabia nem o que era um shape. A gurizada me olhava estranho porque não era da tribo.
Nesse tempo realizei com outros camaradas dois campeonatos de skate e ajudei num outro, levei guris para dois eventos em Florianópolis, dormi em hotel de putas para economizar e busquei recursos para irem a Novo Hamburgo, num dos maiores do país. Propus a inovadora criação de equipe municipal e tentei a criação de uma escolhinha. Também fui o único da região no 1º Congresso Brasileiro de Skate em São Paulo (2002). Na ocasião conheci Bob Burnquist, Marcelo Negão e César Gyrão, ícones do esporte no país. Para tanto vários empresários me deram grana (Eza Engenharia, Gráfica Líder e Álvaro Arns).
No caso da escolinha a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) me tratou com tal desprezo que hoje, ao ver sua propaganda dizendo-se comunitária, suponho, deve ter mudado muito sua postura.
Faço este registro porque não quero cair no esquecimento. Privei minha família da minha presença e tive muitos gastos. Além disso, olho para tantos colegas de imprensa que são ‘defensores’ da coisa pública e não os vejo abraçar causa que não lhes dê ainda mais mídia e elogios, quando na realidade não movem um dedo sequer.
Por fim, registro o empenho de Daniel Bristot pelo skate. Um dos poucos, senão o único, que abraçou este esporte em Criciúma como um investimento para a vida. Desejo a ele todo o sucesso possível.
Na Associação Empresarial de Criciúma (ACIC) o esporte passou a ser comentado. Falava para os empresários do nicho de mercado e das empresas da região que ganhavam com o estilo street de roupas. “O Brasil exporta o truck (eixo) do skate”, comentava orgulhoso para que mudassem a visão recorrente sobre o esporte.
Num domingo à tarde eu ia para a redação do jornal com um disquete no bolso para baixar a coluna de segunda-feira. Em certa altura, no bairro Próspera, ‘pedalava’ meu skate, quando um cidadão passou num Chevette branco e gritou da janela: “Vai trabalhar vagabundo!”. Como ciclista ainda hoje ouço, assim como meus colegas do pedal, esse tipo de manifestação.
Durante oito anos lutei pela construção da pista ali no Parque Centenário. Foram muitas reuniões e do começo ao fim uns raros acompanharam em todo o tempo. A cada ano mudavam os companheiros de luta. Na primeira vez que fui num campeonato não sabia nem o que era um shape. A gurizada me olhava estranho porque não era da tribo.
Nesse tempo realizei com outros camaradas dois campeonatos de skate e ajudei num outro, levei guris para dois eventos em Florianópolis, dormi em hotel de putas para economizar e busquei recursos para irem a Novo Hamburgo, num dos maiores do país. Propus a inovadora criação de equipe municipal e tentei a criação de uma escolhinha. Também fui o único da região no 1º Congresso Brasileiro de Skate em São Paulo (2002). Na ocasião conheci Bob Burnquist, Marcelo Negão e César Gyrão, ícones do esporte no país. Para tanto vários empresários me deram grana (Eza Engenharia, Gráfica Líder e Álvaro Arns).
No caso da escolinha a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) me tratou com tal desprezo que hoje, ao ver sua propaganda dizendo-se comunitária, suponho, deve ter mudado muito sua postura.
Faço este registro porque não quero cair no esquecimento. Privei minha família da minha presença e tive muitos gastos. Além disso, olho para tantos colegas de imprensa que são ‘defensores’ da coisa pública e não os vejo abraçar causa que não lhes dê ainda mais mídia e elogios, quando na realidade não movem um dedo sequer.
Por fim, registro o empenho de Daniel Bristot pelo skate. Um dos poucos, senão o único, que abraçou este esporte em Criciúma como um investimento para a vida. Desejo a ele todo o sucesso possível.
Andre, parabéns pelo envolvimento e persistência nesse projeto maravilhoso que é a pista do Parque Centenário. O skate é um esporte bastante reconhecido nas grandes capitais, e acho que o preconceito tende a diminuir nas cidades. Minha afilhada de 11 anos já é craque e motivo de muito orgulho pra familia. O unico espaco que existe pra ela treinar é essa pista, e ela sempre tratada com muito respeito pelos maiores.
ResponderExcluirAgora, dormir em puteiro pra economizar foi engraçado hein .. rs brincadeira à parte, Criciuma precisa de mais umas 3 pistas como essa, pois infelizmente esta cheio de gurizada desocupada.