O FRUTO DA ÁRVORE QUE NÃO DÁ FRUTOS
“E já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.” (Mt 3.10)
“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mt 7.16-20)
A Bíblia não contém qualquer ensino claro sobre preservação ambiental. Pelo contrário, prega o fim do mundo, a destruição completa do nosso planeta com a instalação do Reino de Jesus – o filho assunto ao lugar do Pai. Mesmo que na época em que foi escrita não houvesse necessidade de alertas ambientais haveria nas profecias esse ingrediente. Doutra forma, em apregoar o fim poderia ser o caso de não nos preocuparmos com este mundo e destruí-lo sem remorso. Afinal, o que interessa mesmo para o cristão é a vida além dessa vida.
Nos textos bíblicos acima, pelo menos, vê-se a menção das árvores e seus frutos. Os contextos do evangelho de Mateus, tanto no capítulo três, quanto no sete, são do homem como árvore e os frutos como suas ações, boas ou más. Mas também alerta para a condenação de quem não dá bom fruto. Além da identificação da árvore pelo fruto. Evidente que são relações supostamente espirituais. Entretanto, partem do que é natural e por isso podemos ter a visão do que é natural permeando o discurso espiritual.
Há muitas figuras nos evangelhos, provavelmente usadas de forma a tornar o discurso mais didático, relacionado com o cotidiano dos ouvintes. Eis que, em se tratando de árvores, há o claro apelo aos homens se tornarem como árvores frutíferas.
Porém, o que se entende por fruto? A sombra num dia de calor não seria um fruto? Os galhos que abrigam ninhos não seriam frutos? As muitas matérias-primas de madeiras, como a borracha da seringueira, não seriam fruto? A lenha produzida não seria fruto? O abrigo e alimento a insetos não seria fruto? A fixação do solo com suas raízes, evitando erosão, não seria fruto? As folhas fornecendo alimento a mamíferos, aves, répteis e estes sendo alimentos para outros não seria fruto? A queda das folhas que produzem substratos não seria fruto? A produção de oxigênio pela fotossíntese não seria fruto? Nesse sentido você é capaz de conceber que haja alguma árvore que não dê bom fruto? Que árvore produziria fruto ruim se até em sua morte servirá de adubo e alimento para outros seres vivos?
Conhecemos uma árvore apenas pelo fruto como indica Jesus? Claro que não. Conhecemos as árvores não só pelas folhas ou caule, mas por sua relação com o meio-ambiente. São, inclusive, divididas em ‘famílias’, por tipos de raízes etc. Seria esse ‘conhecer’ algo diferente do que entendi? Pode ser, mas também na forma que entendi.
Na total impossibilidade de uma oliveira produzir melancias está na fala de Jesus um fatalismo sórdido: uns nasceriam para serem maus e outros para serem bons. Além disso, cai na vala fétida da dicotomia superficial, comum às mentes limitadas: dividir os seres humanos em bons e maus. Ora, somos ruins e bons em muitas e intensas formas. Coisa de uma obviedade abissal.
Está mais que evidente que Jesus, ao tentar explicar uma verdade espiritual ou social, mostrou seu próprio conceito do que é natural ou da intrínseca relação das árvores no ecossistema. Aliás, Jesus tinha consciência do que seria o ecossistema? Com certeza não. A consciência de que um simples arbusto é imprescindível para a manutenção do planeta passa longe da visão do fundador da maior religião da história. Tal consciência, a que temos hoje, levá-lo-ia a um discurso completamente diferente ou com exemplos diferentes.
Por fim, está implícito que, qualquer cristão que se preze, estaria “autorizado” a olhar para as árvores somente pelo do fruto (fruta) gerado. Ao lançar a árvore e homens supostamente maus no fogo, sob a ótica do fruto, não percebe todos os mundos neles contidos.
Quem determina o que seja um fruto bom e como identificá-lo? Pais que cuidam de sua prole dão bom fruto, mesmo que não estendam suas mãos aos sofredores do mundo. Uma pessoa que nasce com problemas tais que tenha que ser servida até que morra produz bom ou mal fruto? Um profissional que exerce com dignidade e honradez suas atividades dá bom fruto. Porém, como classificá-lo se não dá atenção devida à esposa na alcova?
Suponho que uma prostituta ao dar prazer aos seus clientes seja uma árvore frutífera. Como pretender que um agricultor que cultiva coca na Bolívia e, assim sustenta sua família, possa ser classificado? Um policial que trabalha para a segurança de todos nós, com toda a honestidade, numa troca de tiros com bandidos, acerta também um inocente, deu bom fruto?
Diriam alguns que esses frutos a que Jesus se referia são espirituais. Pode ser. Só que tornam a avaliação ainda mais complexa.
Enfim, dada a limitação dos textos e ainda mais limitados os discursos deles advindos do púlpito, creio que o Filho de Deus não diria tal absurdo, ou uma verdade tão meia boca como esta. Pensar nessas afirmações como ''sabedoria divina'' é colocar Deus num patamar dos mais paupérrimos.
“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mt 7.16-20)
Nos textos bíblicos acima, pelo menos, vê-se a menção das árvores e seus frutos. Os contextos do evangelho de Mateus, tanto no capítulo três, quanto no sete, são do homem como árvore e os frutos como suas ações, boas ou más. Mas também alerta para a condenação de quem não dá bom fruto. Além da identificação da árvore pelo fruto. Evidente que são relações supostamente espirituais. Entretanto, partem do que é natural e por isso podemos ter a visão do que é natural permeando o discurso espiritual.
Há muitas figuras nos evangelhos, provavelmente usadas de forma a tornar o discurso mais didático, relacionado com o cotidiano dos ouvintes. Eis que, em se tratando de árvores, há o claro apelo aos homens se tornarem como árvores frutíferas.
Porém, o que se entende por fruto? A sombra num dia de calor não seria um fruto? Os galhos que abrigam ninhos não seriam frutos? As muitas matérias-primas de madeiras, como a borracha da seringueira, não seriam fruto? A lenha produzida não seria fruto? O abrigo e alimento a insetos não seria fruto? A fixação do solo com suas raízes, evitando erosão, não seria fruto? As folhas fornecendo alimento a mamíferos, aves, répteis e estes sendo alimentos para outros não seria fruto? A queda das folhas que produzem substratos não seria fruto? A produção de oxigênio pela fotossíntese não seria fruto? Nesse sentido você é capaz de conceber que haja alguma árvore que não dê bom fruto? Que árvore produziria fruto ruim se até em sua morte servirá de adubo e alimento para outros seres vivos?
Conhecemos uma árvore apenas pelo fruto como indica Jesus? Claro que não. Conhecemos as árvores não só pelas folhas ou caule, mas por sua relação com o meio-ambiente. São, inclusive, divididas em ‘famílias’, por tipos de raízes etc. Seria esse ‘conhecer’ algo diferente do que entendi? Pode ser, mas também na forma que entendi.
Na total impossibilidade de uma oliveira produzir melancias está na fala de Jesus um fatalismo sórdido: uns nasceriam para serem maus e outros para serem bons. Além disso, cai na vala fétida da dicotomia superficial, comum às mentes limitadas: dividir os seres humanos em bons e maus. Ora, somos ruins e bons em muitas e intensas formas. Coisa de uma obviedade abissal.
Está mais que evidente que Jesus, ao tentar explicar uma verdade espiritual ou social, mostrou seu próprio conceito do que é natural ou da intrínseca relação das árvores no ecossistema. Aliás, Jesus tinha consciência do que seria o ecossistema? Com certeza não. A consciência de que um simples arbusto é imprescindível para a manutenção do planeta passa longe da visão do fundador da maior religião da história. Tal consciência, a que temos hoje, levá-lo-ia a um discurso completamente diferente ou com exemplos diferentes.
Por fim, está implícito que, qualquer cristão que se preze, estaria “autorizado” a olhar para as árvores somente pelo do fruto (fruta) gerado. Ao lançar a árvore e homens supostamente maus no fogo, sob a ótica do fruto, não percebe todos os mundos neles contidos.
Quem determina o que seja um fruto bom e como identificá-lo? Pais que cuidam de sua prole dão bom fruto, mesmo que não estendam suas mãos aos sofredores do mundo. Uma pessoa que nasce com problemas tais que tenha que ser servida até que morra produz bom ou mal fruto? Um profissional que exerce com dignidade e honradez suas atividades dá bom fruto. Porém, como classificá-lo se não dá atenção devida à esposa na alcova?
Suponho que uma prostituta ao dar prazer aos seus clientes seja uma árvore frutífera. Como pretender que um agricultor que cultiva coca na Bolívia e, assim sustenta sua família, possa ser classificado? Um policial que trabalha para a segurança de todos nós, com toda a honestidade, numa troca de tiros com bandidos, acerta também um inocente, deu bom fruto?
Diriam alguns que esses frutos a que Jesus se referia são espirituais. Pode ser. Só que tornam a avaliação ainda mais complexa.
Enfim, dada a limitação dos textos e ainda mais limitados os discursos deles advindos do púlpito, creio que o Filho de Deus não diria tal absurdo, ou uma verdade tão meia boca como esta. Pensar nessas afirmações como ''sabedoria divina'' é colocar Deus num patamar dos mais paupérrimos.
"Por fim, está implícito que, qualquer cristão que se preze, estaria “autorizado” a olhar para as árvores somente pelo do fruto (fruta) gerado." Quais seriam os criterios para se estabelecer se tais frutos eram bons ou ruins? E quem estaria "autorizado" a dar fim a essa arvore? Pressupondo que cada um a avaliaria de acordo com a sua otica de o que é ser bom, e de o que é ser mau, poderemos tornarmos refens de uma escolha equivocada. Depois, vemos a ideia da massificaçao. Individuos bons, dao frutos bons e merecem viver. Para o individuos maus, a morte. Dessa forma exclui-se qualquer tipo de regeneraçao do individuo, e, assim pensando, excluiria-se todas as casas de detençao, presidios, centros de recuperaçao de menores, etc. Os fuzilamentos em massa, cameras de gas, genocidios, exterminios de qualquer natura seriam compreensiveis nessa otica. Alguem julgou que esses individuos erao maus, nao dariam ou deram bons frutos e, deveriam morrer. Nao seria essa a tese defendida por Hitler?
ResponderExcluirComo entender algo, sem antes conhecer Aquele que planejou esse algo.
ResponderExcluirConheça primeiro quem planejou, depois entenderá os planos.
Homens naturais enxergam tudo de forma natural... Daí o entendimento vago sobre o texto... Lamentável.
ResponderExcluirAteu, simples assim...texto ruim. Cada um decide que frutos dar seja bom ou ruim. A classificação de ruim e bom depende do ser humano. Jesus é bom Jesus é lindo!
ResponderExcluirNa verdade conhecereis a árvore pelos seus frutos, o escritor é um bom exemplo de árvore de maus frutos, não conhece as escrituras para falar sobre ela, então lamentável que o processo mundano tente distorcer as coisas de Deus.
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