FÉ E OTIMISMO
Daí o cara diz "Tudo vai dar certo. Não é otimismo, é fé!" e eu fico cá pensando no que o infeliz quer dizer... Contudo, podemos arrazoar sobre as palavras, não sobre o que se passa na mente dele.
Otimismo é uma sensação positiva sobre algo que ainda não aconteceu, uma expectativa de que o resultado será bom. Ou a forma como enfrentamos as situações.
A fé geralmente é acompanhada de posturas físicas, reverentes |
A fé, por sua vez, é a crença em algo que (ainda) não existe efetivamente, ou em algo cuja existência não é palpável, supondo pela ótica pessoal ou cultural, não pela coisa crida (o sujeito quer que exista). Assim, quem tem fé é, necessariamente, otimista, e o otimista é, obviamente, um crente.
Quanto ao "tudo vai dar certo" fica ainda mais complicado, já que não existe tudo dar certo, e o "vai" aponta para o futuro que sempre é incerto.
Estranhamente, resta, de igual forma, a ideia de Inferno, por exemplo, o qual requer fé, mas é ruim. A vida, essa biológica, tem fim e, portanto, jamais dará certo. Diriam alguns que se refere à outra vida, da alma, etc. Ora, essa mesma que não se tem certeza alguma, só a fé. E sendo seu contrário, a inexistência de alma, um ato de fé do mesmo jeito. A existência ou não do intangível, imensurável inatingível requer crença.
Por fim, a frase do sujeito, a despeito de todas as suas boas intenções, é tola em si mesma. Mas por que há quem assim pense? Pela minha experiência, nesses casos, observo o tom religioso, na esperança de legitimar a expectativa pela força do Ser Superior. Esta nisso o reconhecimento das limitações da nossa humanidade e o apego a um poder divino. É como se o otimismo fosse meramente humano e a fé ensejasse uma conexão com o Todo-Poderoso. Na prática o que dá ou não sentido são as informações prévias que apontam possibilidades. Numa gravidez é fato que pode ser um momento lindo na vida dos pais e o parto será apenas parte do processo de felicidade. Porém, isso não garante absolutamente nada. Ao comprar um bem de consumo o sujeito tem todas as razões par supor que não terá problemas em usá-lo. Novamente não há garantias.
Por fim, a frase do sujeito, a despeito de todas as suas boas intenções, é tola em si mesma. Mas por que há quem assim pense? Pela minha experiência, nesses casos, observo o tom religioso, na esperança de legitimar a expectativa pela força do Ser Superior. Esta nisso o reconhecimento das limitações da nossa humanidade e o apego a um poder divino. É como se o otimismo fosse meramente humano e a fé ensejasse uma conexão com o Todo-Poderoso. Na prática o que dá ou não sentido são as informações prévias que apontam possibilidades. Numa gravidez é fato que pode ser um momento lindo na vida dos pais e o parto será apenas parte do processo de felicidade. Porém, isso não garante absolutamente nada. Ao comprar um bem de consumo o sujeito tem todas as razões par supor que não terá problemas em usá-lo. Novamente não há garantias.
Essas coisas que carregamos pela vida mostram apenas o quanto precisamos da boa expectativa. Ela nos move, nos anima, nos dá uma força mental e ameniza as agruras da existência. Não mais que isso...
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