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    MODELO DE FAMÍLIA - O que a maioria não quer ver

    Tenho convicção plena de que se há um modelo de família melhor que os demais é papai, mamãe e seus filhos. A razão é simples: dar à criança a multiplicidade de referências que homens e mulheres podem dar. Ora, e por que haveria de defendê-lo se é melhor? O melhor já é melhor e, portanto, não vejo razão em se defender esse ou modelo algum. Parece-me necessário que defendamos a liberdade de cada um constituir o que é bom para si e não traga prejuízos a outrem. Como trata-se de relação de foro íntimo em nada poderá ser prejudicial se for diverso do jeito "melhor", apenas por ser diferente. Assim, em o sujeito sendo homossexual, a única coisa que redundará em ser forçado num modelo hétero, é sofrimento, angústia e desespero. Além disso, sobejam exemplos de pais e mães que cuidaram sozinhos da prole, dando à sociedade homens e mulheres da mais alta dignidade. E relações multirraciais já foi alvo de condenação em nossa sociedade, notadamente entre descendentes de europeus nos estados do Sul.

    A experiência de cada um fará com que reproduza o que lhe fez bem ou mal. Ou que busque o diferente. Assim, tenho o testemunho de quem não experimentou tal modelo melhor por viuvez de seu pai ou mãe, por exemplo, sendo criado apenas por um dos progenitores. Ou, mesmo estando sob os cuidados de um casal hétero teve sua infância marcada por dissabores. Contudo, o impulso natural de nos aproximarmos de alguém e fazermos uma união afetiva estável é muitíssimo forte. Por isso não tenho receio algum de que prevalecerá indefinidamente o que chamamos de "modelo tradicional" por ser maioria, espontâneo e instintivo. Os que se sentem ameaçados precisam entender que o tal modelo hétero prevalecerá naturalmente. Basta ver como se constituiu um heterossexual.

    A vida acaba por se resumir no coração aquecido por quem amamos
    Mas vamos a algumas considerações.

    Primeiro, há homens e mulheres que têm más referências familiares e se tornaram ótimos pais e mães. A experiência ruim fê-los desejar e se esmerar para dar o que não receberam. Temos também quem teve boas relações e se tornou um pai ou mãe não tão bom quanto seus pais. E, por óbvio, quem recebeu dá o que tem de mais elevado em se tratando de família. Apesar das muitas possibilidades o normal, o razoável, o certeiro, é de que vamos reproduzir o que recebemos na educação amparado em nossa disposição instintiva, isso inclui gerar filhos e tratá-los com desprezo.

    Segundo, em todas as reclamações que vi sobre modelos alternativos de família restou evidente que a preocupação não estava no afeto, mas na sexualidade. Isso é deveras deprimente por duas razões, me parece. Uma que acham que a opção sexual é fruto da educação e, outra, que desconhecem nossa natureza. Ora, se a educação fosse determinante e só ela formasse a opção sexual do indivíduo jamais teríamos homossexuais, pois está em nossa base histórica a família com pais héteros. Se não entendeu, vou repetir: como viemos de relações heterossexuais é óbvio que jamais seriam reproduzidos outra coisa senão relações heterossexuais tal o poder da educação. Assim, surgem homossexuais de héteros porque está acima da educação. É uma força maior.

    Terceiro, haja vista a recorrente preocupação com o apetite sexual dos filhos é bom que reconhecemos o celibato. Assim, ao observar a natureza dos desejos sexuais em nossos filhos vamos aceitar que possa haver quem simplesmente não tenha a tal "fome de sexo". Neste caso o desvio do que consideramos natural não é agressivo, mas está presente. Da mesma forma se houver entre eles homossexuais, os quais têm duas origens que eu aceito. A genética, onde a formação independe da educação ou decisão pessoal do indivíduo. E, por certo, fruto de agressões emocionais ou físicas passíveis de amparo de profissional psicólogo. Não há, obviamente, ninguém que, em sendo hétero, adulto, resolva, do nada, por mera curiosidade, torna-se homossexual. O máximo é dar vazão aos seus desejos contidos, tais como a bissexualidade, ou apenas experimentar.

    Quarto, tão "ameaçador", digamos, para a família tradicional é o filho ou filha que não quer casar. Tem sido comum o cara ou a cara ficar na barra da saia da mãe bem mais... O garotão passou dos 30 anos e tem tudo nas mãos por ainda morar com seus pais. Igualmente "ameaçador" à família a redução do número de filhos. Tornou-se comum casais com apenas um filho. Teremos, assim, a redução da população, exceto pelos muçulmanos e pobres com muitos filhos. Mas isso merece outra discussão. O fato é que as pessoas que podem oferecer um bom ambiente para seus filhos não os têm na quantidade para manter a espécie: cada casal gerar, pelo menos, dois filhos. Estamos a caminho disso.

    Quinto, a ideologia de gênero. Ora, poucas coisas vi tão burras e deprimentes, ou de maucaratismo mesmo. Não vejo motivo algum, minimamente razoável, para que haja qualquer profusão da mistura de gêneros como se fossem miscíveis no mesmo ser. Ou que a homossexualidade, sendo foro íntimo, deva ser exaltada em público. O foco está absolutamente errado. Precisamos, sim, de que a cidadania seja respeitada. São os direitos civis já consagrados, os quais não têm gênero, a serem preservados. Um homossexual agredido é um cidadão agredido, assim como um hétero. Não há agressão maior ou menor pela orientação sexual. Além disso, os defensores dos "direitos" gays estão numa maratona absurda de enganação. O seu discurso de que gay agredido ou morto o foi por ser gay não se sustenta na realidade, onde penas 8% dos casos de homicídio são esclarecidos no Brasil. Então, como podem afirmar que há um motivo se o desconhecem? E mesmo que o dolo foi pela orientação sexual, a vida perdida deixa de ser a vida perdida? O machucado pela agressão será mais dolorido ou profundo num corpo de um gay do que no corpo de um hétero? Um gay é psicologicamente mais frágil que um hétero requerendo mais e maior reparação? Trata-se, assim, de uma luta leviana, a qual não merece apoio. A agressão deve ser punida por ser agressão e se o motivo for fútil, como a orientação sexual, temos amparo legal em nosso Código Penal, em seu artigo 121, parágrafo 2º. O valor da vida não deve ser medido ou distinguido por determinarmos, à revelia da igualdade perante a Lei, que uns seres são mais valiosos que outros. Isso vale para as mulheres.

    No fundo de toda essa discussão não está no que o filho deseja, mas a vergonha dos pais (homens) diante da homossexualidade do seu guri. Suponho, por mera observação, que o lesbianismo não seja tão agressivo aos pais e mães. Há também a possibilidade, e falo em hipótese, de que a vergonha resida no que se vê, do exagerado, de alguém que seria um homem rebolando como mulher. Ou seja, a possibilidade de ser um efeminado sem reservas. Para um pai é algo vexatório ao extremo.

    Pouco ou nada se pode fazer quanto ao anseio de pais e mães de terem filhos constituindo suas famílias e gerando seus próprios filhos porque é absolutamente natural. Por isso socialmente aceito. Nada há o que se possa condenar nesse desejo. O que falta, também observo, é cogitar entender as possibilidades e superar a vergonha social porque sabe que os amigos farão chacota. O conflito começa em não aceitar, sequer, a discussão, quanto mais o fato. E não aceitar só piora.

    Concluo, pois, que não tenho receio algum de que a família tradicional possa estar ameaçada como apregoam, principalmente, os religiosos. Da mesma forma, querer impedir outros modelos de família não obterá êxito, pois surgiram em meio aos próprios héteros. Ou aceitamos uma convivência pacífica, na qual a vida íntima é a vida íntima, ou andaremos em círculos discutindo o imponderável.

    É o que penso hoje.

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