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    DO RACISMO E OUTROS

    Falar de racismo no Brasil é colocar o negro como vítima. Sim, na nossa história foi vítima.
    Contudo, vale pensarmos. Racismo é apenas uma das tantas reações humanas ao diferente. Não se trata de raça, mas de diferença. Tanto que os muito brancos ou muito magros, ou ruivos, ou baixinhos, ou altinhos e gordinhos também são rechaçados pela maioria e os atos de perseguição começam logo na escola. Vide os brancos judeus perseguidos pelos brancos saxões e negros escravizados por negros na África. Todas as cores de pele experimentaram a escravidão ao longo da história.
    O trabalho infantil é análogo à escravidão e não escolhe suas vítimas
    No nosso quintal Sul catarinense tivemos, até meados do século 20, uma clara divisão entre grupos. Açorianos não se misturavam com alemães, que não se misturavam com italianos, que não se misturavam com poloneses e assim por diante
    Porém, é sabido que etnias geram culturas e, essas sim, moldam comportamentos. Che Guevara, num lapso de observação, intuiu que negros eram menos interessados no trabalho que brancos europeus, como nossos índios etc. Por causa da cor da pele? Não, mas por causa de uma atitude mental (cultura). A África era, à época dos navios negreiros, um somatório de tribos sem comércio, sem produção alguma que fizesse de seus habitantes afetos ao trabalho como na Europa. Longe do certo e do errado, resta ver os fatos como foram.
    A produção industrial e seu comércio, remetem a uma disciplina, prazos, horários, controle de estoque/produção, contratações, fluxo de produtos, logística, custos, oportunidades e ameaças de mercado. E, notadamente, remete à segurança, interesses, medos, riscos e estratégias. O mundo à volta do mercado (oferta, procura, inovações, câmbio etc) faz com que sejamos muito mais envolvidos em informações. Assim, vê-se claramente que culturas em que o comércio não ultrapassou as fronteiras da tribo ou comunidade, sequer a escrita foi desenvolvida como a partir dos Sumérios, Egípcios e o nosso alfabeto vindo dos fenícios.
    Repito, não é uma questão de certo ou errado neste arrazoado, mas do resultado acumulado ao longo de milênios. Por óbvio, as relações advindas do mercado, em especial as questões de segurança, levaram ao avanço considerável das ferramentas de guerra. Assim, quando os portugueses, franceses, ingleses e espanhóis aportaram no litoral oeste da África estavam tecnologicamente muito avançados em relação aos que lá viviam. O resultado você conhece.
    Voltando à questão do racismo. No Brasil negros escravizaram negros, negros tornaram-se donos de propriedades mesmo no auge da escravidão. Assim, cruzando essas informações nos vemos diante da questão básica do diferente e não da raça em si. A dominação, evidentemente, não se dá pela cor da pele, mas pelo desenvolvimento tecnológico. Assim, os brancos europeus assumiram uma posição superior da cadeia social do mundo a partir da Idade Média. Na outra ponta os povos ameríndios sofreram tanto ou mais que negros pelas mesmas razões.
    Finalmente precisamos entender a dimensão da questão, já que é mais explícito (ao menos para os que observam honestamente a questão) que pobres subordinam-se aos que detém poder e o poder também é resultado da economia.

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