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    AOS MESTRES COM CARINHO

    Professores são, invariavelmente, pessoas que nos fizeram bem, mesmo os ruins. Contudo, o quê se vê escrito para e sobre professores é, basicamente, vindo de professores. A gestão da Educação, das escolas e dos Programas, são todos feitos por professores. Não bastasse o ''espírito de grupo'' que predomina, o corporativismo exacerbado, poucos ousam contrapô-los. São quase deificados. Sem me opor de forma genérica à louvação recorrente quero fazer algumas observações noutra linha em nome da diversidade de ângulos que tudo nos sugere.

    Dizem dos professores serem o esteio da Nação, de qualquer nação. Seria isso se não fossem parte da cultura. Estão inseridos na sociedade e a refletem. Não são um grupo à parte. Em geral colocam-se como heróis pela carga de trabalho, curso de aperfeiçoamento, correção de provas em casa, conflitos com o corpo discente e pais, afora as brigas com o governo. Daí a ironia: são tão elevados que não ousam em outras atividades, outras profissões. Há os que se enterram na sala de aula mesmo a detestando.

    Diante de tamanha diferenciação que fazem de si mesmos os de fora não os podem criticar, apenas elogiá-los e apoiá-los. Não aceitam questionamentos sob o argumento de que só eles sabem o que passam. Ora, só o servente de pedreiro sabe o que passa; só o motorista de ônibus sabe o que passa; só o mecânico sabe o que passa. Cada um sabe o que passa e os demais não têm, por óbvio, como saber. Diante disso restam duas observações: primeiro que os professores criticam demais profissionais e, segundo, podemos discutir os efeitos do trabalho dos professores. Sim, um professor não deixará de reivindicar que o médico de seu filho dê atendimento de excelência a despeito de que só o médico sabe o que passa. Da mesma forma nós, os de fora, podemos cobrar que exerçam suas profissões com maestria a despeito de não sabermos o que passam. Por fim, que diferença faz sabermos ou não o quê passam em seu dia-a-dia se não podermos influenciar?

    Tendo atuado como jornalista e atualmente como prestador de serviços em redes sociais e blogueiro, sou alvo de críticas, tenho que conviver com isso e ter o foco em sempre melhorar como profissional. Afinal, meus clientes não querem saber em que condições trabalho, senão que recebam pelo que pagam!

    Mas afinal de contas o que eu, um de fora, posso falar aos professores?

    Que o seu corporativismo é prejudicial a vocês mesmos. Anula os bons e privilegia os ruins. O corporativismo é uma doença que massacra a independência do pensamento, ápice dessa profissão.

    Não percam o ambiente do contraditório. Se pais têm alguma dificuldade com a variedade de assuntos do mundo, os professores, por ofício, não. É da natureza do ensinar a exaltação da diversidade de pensamento. Você é professor de Matemática? tenha apreço pela História. És professor de História, valorize a Matemática do cotidiano. Enfim, um professor que não vibra com o conhecimento está atrapalhando seus alunos.

    Não curvem-se aos políticos para arranjarem uma teta na Secretaria de Estado da Educação. Isso é ultrajante, é vergonhoso, é deprimente, é o fim decrépito da faculdade feita com esforço. Curvar-se aos políticos é um ato de mediocridade!

    Decidiste ser professor? Aceite os prós e contras da profissão. Não entraste nela enganado. Sabias da realidade. Sabias do salário. Sabias como é a estrutura.

    Professor é mal pago? Não ignoremos o fato de que não produz conhecimento, com raras exceções. Apenas o repassa. A produção de conhecimento, a que move a sociedade e a vida, está solta, não sendo cativa de nenhum grupo. Além disso, o ato de ensinar não lhes pertence.

    Para finalizar. O resultado do trabalho dos professores tem sido péssimo, haja visto como saem os estudantes das escolas: um bando de ignorantes. Se avaliamos um produto pelo bem que nos faz, é certo que os professores devam ser analisados pelos resultados de seus trabalhos. Há algo muito errado e é sobre eles que recai a responsabilidade.

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