AOS 133 ANOS CRICIÚMA É O QUÊ?
Até onde pude observar há duas linhas básicas que determinam que uma cidade é pólo: em relação ao tamanho se comparada com as demais à sua volta; e, ao destacar-se em alguma atividade econômica (extração mineral, turismo, educação, indústria de transformação e agro-negócio). Nestes dois sentidos o que podemos dizer sobre Criciúma?
Como cidade com a maior população da região Sul de Santa Catarina (confira evolução populacional de Criciúma AQUI) não há dúvida que Criciúma é pólo: 197.714 habitantes (2012) e a quinta do Estado. Aliás, vai além da região. De palhoça, na grande Florianópolis, a Gravataí, próximo a Porto Alegre, do litoral a Lages, no planalto catarinense, é a mais populosa. Ter a maior população dá à cidade a condição de pólo de serviços, coisa absolutamente natural e espontânea, haja vista que as menores, à volta, não têm demanda e por isso estrutura é pequena. As clínicas médicas são um bom exemplo disso.
Quanto a ser pólo em alguma área da economia, excetuando os serviços que, como dito antes é natural à concentração de gentes, Criciúma já foi em três seguimentos: carvão, plástico e cerâmica. Já foi! Porém, passou a ser pólo do jeans e metalmecânico. Ligado àquele setor estão os seus serviços como as lavanderias que gravitam, também, na região. Neste sentido as vias estaduais, que interligam as cidades, são fundamentais para o transporte da produção, viabilizam a prestação de serviços à indústria, e dão fluxo aos suprimentos.
Certamente Criciúma é pólo metalmecânico. Entretanto o é, muito mais pela fragilidade das cidades à volta, do que por uma ''vocação''. Não há uma siderúrgica e as metalúrgicas são relativamente pequenas no cenário nacional. O que o município tem é uma boa quantidade dessas empresas com algumas em destaque. Além disso, uma boa referência é a Feira Sul Metal & Mineração, cuja próxima edição está marcada para o período de 27 a 30 de maio de 2014. Em 2012 a feira gerou cerca de R$90 milhões em negócios, tendo expositores de várias cidades. Ou seja, esse valor não girou somente em Criciúma. Paralelamente não há uma feira do jeans. Também é bom observar que essa feira "é uma iniciativa do SIMEC - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Caravaggio, do Sindimetal - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Criciúma e do Siecesc - Sindicato da Indústria da Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina, que juntos criaram a Criciúma Feiras e Promoções Ltda, promotora responsável pela promoção, organização e realização do evento", conforme site da organização. Ou seja, mesmo sendo em Criciúma depende de instituições e empresas além de suas fronteiras.
Afora estes dois seguimentos não se pode dizer que o município seja pólo. Podemos apenas destacar sua produção de bananas com seus 900 hectares. Neste particular Santa Catarina, terceira produtora nacional da fruta, produz 1/3 do que produz a Bahia e pouco mais da metade de São Paulo. Segundo levantamento do Banco do Brasil "a produção mundial de bananas em 2008 foi de 90,7 milhões de toneladas, em uma área de 44,8 milhões de hectares (FAOStat, 2008). O Equador é o principal exportador mundial, seguido da Costa Rica e Filipinas. O Brasil aparece como o 14º maior exportador. Os principais importadores mundiais são os Estados Unidos, a Alemanha e a Bélgica (FAOStat, 2007)" (Documento completo AQUI) Criciúma é inexpressiva nesse contexto.
Qual seria o desafio da administração que se iniciará em Março deste ano? Primeiro é necessário definir se é interessante ser pólo em algum outro seguimento, se há o que fomentar nos setores em destaque, se deve fomentar algo novo (a prefeitura de Blumenau bancou a exposição das primeiras empresas de software e levou a cidade a ser referência nacional), se o poder público municipal pode de fato fazer alguma coisa ou deixar que o mercado faça seu caminho espontaneamente. O fato é que a prefeitura pode influenciar, assim como o Estado, na infraestrutura (vias para escoamento de produção, controle de cheias, abastecimento de água, energia elétrica, por exemplo).
Criciúma é referência em vários aspectos. Além do Tigre, têm eventos de motociclismo, festival de corais, feira do livro, Festa das Etnias e a feira Casa Pronta. A cidade tem a maior estrutura hoteleira da região e está estrategicamente postada entre o litoral e a serra. Tem um relevo sem grandes problemas, bem servida em acessos e possui uma ferrovia em uso. Por fim a Unesc, que raramente se destaca em alguma pesquisa científica, tem um porte excepcional e atrai negócios.
Com tudo que se possa dizer sobre Criciúma o fato é que essa discussão é para uma minoria que tem acesso à informação por sua própria voluntariedade e sabe lidar com os dados disponíveis. Ou seja, uns poucos pensadores e empresários. Diante disso, a única coisa que posso dizer é que um grupo multi-disciplinar precisa pensar a cidade ininterruptamente. Coisa que jamais foi feita ou limitada a grupos partidários que não se comunicam mutuamente.
Como cidade com a maior população da região Sul de Santa Catarina (confira evolução populacional de Criciúma AQUI) não há dúvida que Criciúma é pólo: 197.714 habitantes (2012) e a quinta do Estado. Aliás, vai além da região. De palhoça, na grande Florianópolis, a Gravataí, próximo a Porto Alegre, do litoral a Lages, no planalto catarinense, é a mais populosa. Ter a maior população dá à cidade a condição de pólo de serviços, coisa absolutamente natural e espontânea, haja vista que as menores, à volta, não têm demanda e por isso estrutura é pequena. As clínicas médicas são um bom exemplo disso.
Quanto a ser pólo em alguma área da economia, excetuando os serviços que, como dito antes é natural à concentração de gentes, Criciúma já foi em três seguimentos: carvão, plástico e cerâmica. Já foi! Porém, passou a ser pólo do jeans e metalmecânico. Ligado àquele setor estão os seus serviços como as lavanderias que gravitam, também, na região. Neste sentido as vias estaduais, que interligam as cidades, são fundamentais para o transporte da produção, viabilizam a prestação de serviços à indústria, e dão fluxo aos suprimentos.
Certamente Criciúma é pólo metalmecânico. Entretanto o é, muito mais pela fragilidade das cidades à volta, do que por uma ''vocação''. Não há uma siderúrgica e as metalúrgicas são relativamente pequenas no cenário nacional. O que o município tem é uma boa quantidade dessas empresas com algumas em destaque. Além disso, uma boa referência é a Feira Sul Metal & Mineração, cuja próxima edição está marcada para o período de 27 a 30 de maio de 2014. Em 2012 a feira gerou cerca de R$90 milhões em negócios, tendo expositores de várias cidades. Ou seja, esse valor não girou somente em Criciúma. Paralelamente não há uma feira do jeans. Também é bom observar que essa feira "é uma iniciativa do SIMEC - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Caravaggio, do Sindimetal - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Criciúma e do Siecesc - Sindicato da Indústria da Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina, que juntos criaram a Criciúma Feiras e Promoções Ltda, promotora responsável pela promoção, organização e realização do evento", conforme site da organização. Ou seja, mesmo sendo em Criciúma depende de instituições e empresas além de suas fronteiras.
Afora estes dois seguimentos não se pode dizer que o município seja pólo. Podemos apenas destacar sua produção de bananas com seus 900 hectares. Neste particular Santa Catarina, terceira produtora nacional da fruta, produz 1/3 do que produz a Bahia e pouco mais da metade de São Paulo. Segundo levantamento do Banco do Brasil "a produção mundial de bananas em 2008 foi de 90,7 milhões de toneladas, em uma área de 44,8 milhões de hectares (FAOStat, 2008). O Equador é o principal exportador mundial, seguido da Costa Rica e Filipinas. O Brasil aparece como o 14º maior exportador. Os principais importadores mundiais são os Estados Unidos, a Alemanha e a Bélgica (FAOStat, 2007)" (Documento completo AQUI) Criciúma é inexpressiva nesse contexto.
Qual seria o desafio da administração que se iniciará em Março deste ano? Primeiro é necessário definir se é interessante ser pólo em algum outro seguimento, se há o que fomentar nos setores em destaque, se deve fomentar algo novo (a prefeitura de Blumenau bancou a exposição das primeiras empresas de software e levou a cidade a ser referência nacional), se o poder público municipal pode de fato fazer alguma coisa ou deixar que o mercado faça seu caminho espontaneamente. O fato é que a prefeitura pode influenciar, assim como o Estado, na infraestrutura (vias para escoamento de produção, controle de cheias, abastecimento de água, energia elétrica, por exemplo).
Criciúma é referência em vários aspectos. Além do Tigre, têm eventos de motociclismo, festival de corais, feira do livro, Festa das Etnias e a feira Casa Pronta. A cidade tem a maior estrutura hoteleira da região e está estrategicamente postada entre o litoral e a serra. Tem um relevo sem grandes problemas, bem servida em acessos e possui uma ferrovia em uso. Por fim a Unesc, que raramente se destaca em alguma pesquisa científica, tem um porte excepcional e atrai negócios.
Com tudo que se possa dizer sobre Criciúma o fato é que essa discussão é para uma minoria que tem acesso à informação por sua própria voluntariedade e sabe lidar com os dados disponíveis. Ou seja, uns poucos pensadores e empresários. Diante disso, a única coisa que posso dizer é que um grupo multi-disciplinar precisa pensar a cidade ininterruptamente. Coisa que jamais foi feita ou limitada a grupos partidários que não se comunicam mutuamente.
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