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    O RESGATE DOS PROFESSORES

    Sobre os professores, caso deixassem de existir, apenas voltaremos ao costume do discipulado. Aliás, esse caminho é um dos modos mais eficazes que a sociedade construiu, pois o mestre, que conhece seu ofício, exigia muito mais que um professor e passava todo o conhecimento e experiências. Além disso, tinha a capacidade e autoridade de bater no ombro do estudante e dizer-lhe: "Não nasceste para isso!" Hoje temos muitos professores, raros mestres e nenhum discípulo. Sendo que o professor entende de uma parte do todo. O resultado está aí, profissionais que vão de fato aprender depois de formados.

    Não digo com isso que antes era melhor que hoje. A diferença está no volume absurdo de informações e nas pesquisas das universidades que geram novos conhecimentos constantemente. Porém, o discipulado se perdeu no tempo. A escola o fez quase desaparecer.

    Até bem pouco tempo tínhamos os aprendizes de alfaiate. Hoje temos escolas para quem quer seguir no caminho da costura e dos modismos. Persistem ainda mão-de-obra sendo feita na base do discipulado em alguns seguimentos não menos nobres como pedreiro, carpinteiro, vendedor, mecânico e eletricista. Esses últimos indo para o desuso conforme as escolas nesses seguimentos crescem.

    Também depende do que o estudante quer, ou ser empregado numa empresa ou ser autônomo. Há uns casos em que o pai passa para seu filho não somente seu conhecimentos, mas seus clientes. Isso é, de certa forma comum em alguns casos como o de vidraçaria, por exemplo. Ou quando o filho tem que assumir os negócios da família e nem sempre tem uma faculdade de administração. Nesse particular conheço alguns engenheiros que são administradores. Até formados em biologia que são administradores. Mais que o conhecimento está a necessidade de prover o sustento.

    Contudo, há profissões que não são possíveis em nossos dias sem a formação acadêmica. Mesmo nesses casos o discipulado não deveria se perder. E por certo há um pouco disso quando um advogado neófito entra para um escritório e passa a seguir o mais experiente. No jornalismo não é diferente. Nas redações os mais velhos sempre passam alguma coisa para os novos, sem a característica do discipulado, mais na base do coleguismo.

    O fato é que perdemos uma forma maravilhosa de passar conhecimento: o discipulado. O que se vê hoje é o distanciamento entre alunos e professores. Pude constatar isso nas poucas vezes em que dei aula, pois fui interagir com os alunos na hora do intervalo. Em todos os casos estudantes gostaram de me ver entre eles e alguns vieram conversar pelo simples fato de quererem conversar. Nesse particular está claro para mim que os estudantes querem e precisam do discipulado. Falta aos professores entenderem isso e se entregarem num exercício que vai muito além do conteúdo das aulas. Discipulado é permitir que o discípulo entre em sua vida. Coisa muito arriscada. Afinal, pode ver o imbecil que o sujeito é.

    Eis um velho-novo desafio para quem quer, através da escola e do discipulado, realizar novas construções de vida.

    Um comentário:

    1. Eu sempre uso uma frase de minha autoria kk...Assim..Professor finge que ensina e o aluno finge que aprende..E fica tudo certo.

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