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    O SILÊNCIO DE GENTIL E ZÉ ZANOLLI

    Pela legislação ninguém é obrigado a produzir provas contra si. Isso significa que num depoimento, seja para a polícia, seja para o Ministério Público, ou mesmo diante de um juiz, qualquer um tem o direito de ficar calado. Mas essa opção tem sido usada por quem tem relação direta com o ocorrido. Ou é mandante, ou executor do crime, ou testemunha acuada. Enfim, é alguém que, de alguma forma, tem receios diante do que possa dizer.

    Nessas últimas semanas vimos Gentil da Luz, prefeito de Içara, e José Zanolli, na condição de ex-presidente do Samae, calando-se. Da Luz calou-se diante do Gaecco, mesmo não tendo sido denunciado quando de prisões feitas de integrantes de seu governo. Neste caso o que me ocorre seria o duro desafio de não acusar companheiros. Qualquer coisa que dissesse, supondo-se falar a verdade, atentaria contra a liberdade de amigos e o colocaria na condição de indiciado. Calou-se porque não pôde falar a verdade. Por sua vez, Zanolli calou-se diante de acusação franca e descarada, sem rodeios, de prestador de serviços para o Samae que diz ter-lhe dado grana mensal que você confere AQUI. Zanolli, através de seu advogado, João Manoel Neto, disse que primeiro tomaria conhecimento do conteúdo da acusação que fora apresentado na Câmara de Vereadores do município. Ora, tendo vereadores parceiros e vasta publicação na imprensa Neto não tinha como falar em desconhecimento. Deu uma desculpa esfarrapada. O silêncio do candidato a prefeito pelo PSD é ruidosa. Grita aos quatro ventos seu envolvimento.

    O prestador de serviços que acusa Zanolli não seria tolo a ponto de mentir para o ministério público. Suas motivações não vêm ao caso. Pode ser ato de ''raivinha'' ou o que for, o que importa é a veracidade da coisa. Tampouco seria tolo a ponto de enfrentar um processo por falsidade ideológica e dano moral. Nenhum dinheiro cobriria os custos e incomodações advindas de um falso testemunho desse porte.

    Por fim, os que falam diante de acusações não são, necessariamente, inocentes. Mas o ato de falar diante das autoridades é chance inequívoca de produzir provas a seu favor. Qualquer acusado deve produzir material para opor-se aos seus algozes. Gentil não foi acusado, mas é evidente que pode ter dado cobertura aos que foram. Zanolli é acusado diretamente e cala-se porque foi pego de surpresa e diante de algo tão forte não teve tempo para articular uma resposta. Calou-se porque falaria coisas vazias ou se complicaria ainda mais. Do contrário diria, no mínimo: "É mentira!"

    Nem sempre quem cala consente. Calar-se às vezes é achar a coisa tão idiota que não vale uma resposta. Mas isso vale para disputas entre conhecidos, na família, no trabalho. Coisas de falações corriqueiras. Não vale para este nível de estado de coisas. Falar seria a produção de fato que inocentaria a ambos, caso fosse possível!

    Um comentário:

    1. No caso do vice-prefeito, onde há uma acusação formal por parte de um prestador de serviços, valeria o ditado: "Quem cala, consente"?

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