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    SALVAR'OU CONDENAR?

    As estratégias de campanha com relação às acusações de lado a lado começam a ficar claras. Clésio Salvaro quer posar de bom moço porque foi condenado por fazer o bem, quando deputado, inclusive usando a estrutura da rádio do tio Henrique. Além disso, ajudou pessoas ''doando'' tijolos em troca de votos, ainda como vereador em Siderópolis, pelo qual foi condenado. Evidente que os processos contra ele sobre uso de ONGs fantasmas está em curso e sobre isso ainda vai rolar muita coisa. Ou seja, o que fez, fez a revelia da Lei. Ele sabia o que estava fazendo e mostra-se desrespeitoso.

    Esse caso é emblemático e vai revelar a índole do nosso eleitor. Duas observações: o eleitor, caso aceite que seu prefeito não seja cumpridor da legislação, o reelegerá; encerra-se assim qualquer discurso, ainda que legítimo, de moralidade, contra a corrupção e tudo o mais que constantemente comenta-se sobre o político. Seja lá qual for o número de votos que obtenha, todos serão desabonadores daquilo que mais desejamos: um Estado de Direito. Lei deve ser cumprida, muito mais que termos processos condenatórios na Justiça. Melhor que uma punição pela Justiça é não termos motivos para que o judiciário seja acionado.

    Esta situação vai além do ''tocador de obras'' que foi construído em sua gestão. Atinge a moral do próprio povo. Afinal, o que querem os eleitores? Por que buscar a Justiça passou a ser vergonhoso? O ato de votar está acima da Lei? Pode o candidato ter qualquer tipo de conduta criminosa que o voto o torna incólume à Justiça? O que mais veremos?

    Por seu lado, Romanna trocou de partido e por isso foi alvo de um pedido de impugnação (processo que foi ridicularizado pelos desembargadores do TRE). O que há de errado na troca de partido? Salvaro deixou o PFL (hoje DEM) pelo simples fato de não conseguir mandar mais que seu correligionário Júlio Garcia. Romanna seguiu o rito Legal. A fidelidade partidária não foi reivindicada pelo DEM, quando de sua saída. Como o PSD, autor do pedido de impugnação, vem arvorar-se defensor dos interesses de um outro partido? O que parece isso senão apenas uma forma de tumultuar o processo eleitoral?

    Há quem a acuse de traidora porque deixou o mandato pela metade. Ora, Salvaro deixou o mandato de vereador para ser deputado estadual e deixou o mandato de deputado para ser prefeito. Se Romana traiu uma vez, Salvaro traiu duas vezes.

    Ora, a guerra eleitoral é franca e deve ser travada na Justiça também. Porém, essas ações e seus conteúdos revelam muito mais que um desejo de poder. Revela a índole dos que a movem. Não há nenhum santarrão nessas coisas. Contudo, acusar um lado de ser ''caçador'' sem atentar para o movimento do outro lado é cegueira. E cegueira eleitoral é a grande sustentação de toda a nojeira política, com a anuência tática do leitor.

    Espero que cada vez mais que a Justiça seja acionada para que cada vez menos descumpridores da Lei tenham espaço numa eleição.

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