QUEM DISSE QUE MERECE?

"Não quero menos do que eu mereço."

Esta frase se tornou coisa comum nas redes sociais de mulheres. É a manifestação clara da hipergamia feminina. Isso é chato porque vem da ideia de retribuição sem dizer, exatamente, o porquê merece. O que uma garota que mal começou a vida merece sem ter provado que sua existência é relevante? Ao mesmo tempo remete ao descontentamento pelo que tem porque não tem recebido o que acha que deveria receber. Então, vamos (tentar) esclarecer uns pontos!

Bem, essas princesas costumam usar palavras com sentido usual, não etimológico. O merecimento pode ser punição. Quem comete crimes MERECE ir pra cadeia!

O merecimento vem pelo que oferece, não pelo que deseja. Vem pelo benefício proporcionado do ponto de vista de quem o recebe, não pelo que alguém acha que entregou. É como um show, no qual o aplauso sempre será reflexo da satisfação do público. Quem mais oferece, quem mais satisfaz, recebe mais aplausos, mais renda porque maior será o valor do ingresso, patrocínio etc. Quem diz merecer não entendeu tal relação.

Assim, se vê facilmente outro exemplo: "MAS EU FIZ TUDO POR ELE". E era o que ele queria ou precisava receber? Aqui aparece, com frequência o inverso. "Eu não merecia isso", por ter dado ao parceiro supostos benefícios pelos quais ele deveria ser absolutamente grato. Ora, se foi tão bom não haveria razão para ir embora ou tratá-la com grosserias. Mas ela entende que foi o máximo!!! Novamente, quem julga é quem recebe, não quem entrega.

Mas, nada suporta o peso da realidade por mais que passe a vida tentando receber o tal merecimento. Em segundos tudo se perde... E, mesmo quando atinge um certo patamar desejado, logo almeja outro mais acima. Ou seja, nunca foi e nunca será questão de merecer, mas de desejar. Assim que recebe passa a desejar mais, e mais, e mais... Sem problemas, deseje o mundo, depois as estrelas, só não na conta do outro. Ao menos devemos ser honestos para com aquilo que pensamos e falamos.

Outro detalhe. Mulheres dominadoras querem a subserviência do outro porque "cuidaram de tudo". Neste sentido, o amor de uma mãe pode ser sufocante e limitador. A esposa cria uma série de cuidados para cobrar tais cuidados. Não é mais uma cozinha para produzir alimentos, ou um quarto para repouso. Passa a ser uma produção arquitetônica. Não é mais um sofá para receber bem a visita, mas um SPA. Assim, o rol de penduricalhos se amontoa porque... MERECE!

Nos relacionamentos não é mais o estar junto pela companhia prazerosa e carinho, mas pelo jantar, pela passeio, pelas roupas e, até, joias. O namoro virou uma troca desequilibrada, um negócio, um pagamento para ela porque... MERECE!

Ficou muito fácil observar comportamentos nesses nossos dias em que tudo é publicado. Eis que, na onda, como na moda, o modo de ver a vida é conduzida por um movimento que aumenta como seguidores numa rede social. Multiplicam-se exponencialmente e os indivíduos perdem a capacidade de avaliar o quanto isso ou aquilo é bom, ruim, agrega ou desagrega. "Tá todo mundo falando nisso" virou, vejam só, argumento para ser verdade.

Há um caminho. O de ser perspicaz. A geração que viveu a transição do OFF para o ON também não consegue questionar. Reclama dos efeitos com um "esta geração". E as meninas seguem desejando o que não merecem! Recebendo o que merecem...

Quer saber como produzir "auto merecimento" para alimentar seu ego e ser mais uma chata? Leia AQUI.