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    A MENTE MENTE

    Esse papo de "crescimento espiritual" não faz parte das religiões primitivas, as originais, incluindo o judaísmo (pai do cristianismo). A relação era com as forças da natureza e ameaças ao plantio. Ou seja, Deus era uma questão de alimentação num mundo em que as pessoas não faziam a menor ideia do porquê do vento, da chuva e das pestes. Eis uma das razões de serem politeístas: as forças da natureza eram compreendidas como deuses opondo-se mutuamente pelo fogo, água etc.

    O monoteísmo surge alguns milhares de anos depois. Mesmo assim há um "façamos" no Gênesis bíblico. Vale notar que o tal Jesus veio com um "meu reino não é deste mundo", apontando para uma desconexão com a Terra, vida de pobreza, sem conquistas humanas terrenas efetivas. Entretanto, os conflitos continuaram pela mesma razão: sobrevivência. O cristianismo não trouxe nada para o tal "mundo melhor" porque não é este o seu objetivo. Seu foco é exclusivamente o que vem depois desta existência. Tanto que "olhai os lírios do campo" é a máxima da passividade e renúncia desta vida.

    A relação material no espiritual se perpetua

    Por outro lado, cristãos insistem em um Deus que resolva dores de barriga, dê outro emprego, um carro e agradinhos, como um dia na praia. O Céu não importa. Diante da possibilidade de morte a reivindicação de continuar aqui impera. Constata-se facilmente que de espiritual não tem nadinha nesse crescimento.

    Mas, para quem insiste na ideia, causa-me a impressão de mera massagem intelectual na busca de ser superior ao outro, possuindo uma tal Verdade insofismável que dá uma certa paz. Como não têm compromisso com verdade alguma apelam para o Universo, conexões com espíritos improváveis e coisas do gênero que não tornam suas vidas melhores em nada.

    Trata-se somente da mente mentindo. É como um sonífero, um analgésico, uma forma de alívio. Sequer é possível entender, caso houvesse, a relação com a informação recebida e um espírito melhorado. O sujeito estuda aquilo que confirma seu desejo de verdade, frequenta reuniões, insere-se num grupo e torna isso algo algo paralelo à sua vida terrena. Por trás disso apenas o medo de acabar num lugar pior que aqui. Um verdadeiro "cu na mão"!

    O fato no que digo fica explícito pela diversidade. Ora, cada religião, ou ideia supostamente espiritual, aponta para um caminho diferente, opondo-se à ideia de UM Deus, ou um caminho. Ao mesmo tempo dita normas para esta vida. As expressões tão diferentes mostram origens diferentes e resultados diferentes. Assim, o tal crescimento não pode haver com essas características. Ainda mais que cada um apega-se ao que naturalmente atende às suas necessidades.

    Houvesse um tal crescimento espiritual, haveria apenas uma receita, uma fonte, um meio. Ou o espírito de um difere do de outro em sua natureza? Além disso, o Autor não permitiria concorrência. Ou se permite, não condenar alguém pela liberdade de optar.

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