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    A COBRA TEOLÓGICA

    Vendo vídeo do professor Jonathan Matthies*, sobre a história judaica, em sua 5ª edição trata do surgimento de Satanás na teologia bíblica. Segundo Matthies, somente no início da era comum, concomitante ao surgimento do cristianismo, aparece a ideia de que a serpente do Éden era Satã. Antes era apenas um animal. Significativo saber que havia rabinos sugerindo isso na mesma época em que aparece a nova religião tendo como pilar a própria pessoa do Mal. Porém, voltando ao texto de Gênesis, capítulo 2, algo me ocorreu. A astúcia da serpente, induzindo Eva à desobediência, depõe contra a ideia de um mundo puro, asséptico, do Jardim. Ou o mal se resumia apenas ao ato de comer da fruta da árvore? Ficou claro que mentiras, traições e, portanto, o pecado, já faziam parte daquele ambiente. Ou Heloim não sabia dos atos da serpente?

    E a pergunta sem resposta: Como uma serpente sabia de algo que o casal não sabia? A serpente, pelo visto, tinha suas fontes na assessoria jurídica do Trono e conversava às escondidas com anjinhos furtivos. Mesmo que evidente, podemos apenas inferir, pois não há nada na Bíblia dizendo se o mal estava ou não no Éden.

    Matthies também faz uma observação assustadora e absolutamente coerente com a narrativa bíblica: Deus é a origem de tudo, do bem e do mal, na teologia judaica até o 4º século antes da Era Comum.

    Em 2006, lendo o Dicionário de Filosofia, de Voltaire, escrito em 1764, aprendi algo absolutamente simples, mas que em 33 anos de "escola dominical" não havia aprendido: que não há Céu e nem Inferno na Torah, tampouco em Salmos etc. A relação com Jeová é terrena e se perpetuava nos descendentes. Por isso, na Lei Mosaica estava determinado que, se um homem casado morresse sem descendentes, seu irmão deveria ter um filho com a cunhada para perpetuar a vida do falecido. Em Gênesis 38 Onã recusou cumprir este papel e o próprio Deus o matou (verso 10). A ideia de "vida eterna" veio com o cristianismo. Só não confunda com Enoque que não passou pela morte física.

    Vê-se facilmente que a doutrina, ou dogmas, foram fruto de um processo de pensamentos sobre Deus durante mais de 1.000 anos. Contraria-se, assim, o que se entende por REVELAÇÃO. É o homem definindo o que seja Deus, não Deus dizendo o que é e como quer ser visto. Ora, um Deus mudaria de pensamento? O "mesmo ontem, hoje e eternamente" passa a ser questionável? Eis aqui a decisão de fechar os olhos para tais grosserias ou aceitar que esse Deus, especificamente, não existe, sendo fruto de devaneios humanos.

    *Vídeo completo AQUI.

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