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    UM MONUMENTO À ANTI-TEOLOGIA

    Não há muito o que discutir se a pessoa entende que suscitar dúvida sobre sua expressão de fé é o mesmo que por em dúvida a existência de Deus. Se digo que a Bíblia é uma fantasia o sujeito entende que "Deus não existe". Impossível lidar com isso! Porém, tal atitude me faz arrazoar que uma das coisas que sustentam a fé religiosa é, de fato, o analfabetismo funcional. Afinal, uma fé baseada num livro supõe que este livro seja plenamente compreensível. Claramente que não é tal as correntes teológicas disponíveis.
    Um texto que gera dúvidas, pouco esclarece, escrito noutra língua, com estrutura diferente, num contexto e linguagem que não nos cabe mais é um desafio até para teólogos com phD em Oxford. Quanto mais para o cidadão comum. Assim, imagino que se não compreende o texto não pode, por óbvio, saber no que crê. No máximo consegue captar a parte mais superficial e inteligível que lhe é dita, não que possa absorver conhecimento por si só estudando a Bíblia. Ainda mais dispondo exclusivamente da tradução. Isso só pode gerar escuridão.
    O resultado se vê no monumento à Bíblia na praça Maria Rodrigues, em Criciúma (foto), por exemplo. Feito pela igreja Assembléia de Deus, com a anuência de seus teólogos pastores, os quais ministram a "verdade divina" todos os Domingos, o monumento exalta a falta de contextualização do trecho citado. Sem medo de errar afirmo que não se preocuparam com o que o salmista dizia ao afirmar "Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra...".
    Colocaram um trecho de Salmos escrito quando só havia a Torah (ou Pentateuco). Além de ser do "VELHO" testamento, aponta para leis inaplicáveis hoje. Ou seja, o máximo que um cristão pode fazer é desconsiderar tal texto pra não ir pra cadeia. Mesmo os 10 Mandamentos tratam a mulher como desprovida de desejos além de seu marido. Ora, tem que ser muito ingênuo para desconsiderar o tesão que uma mulher pode ter por outro homem além do cônjuge.

    O salmista tinha apenas os cinco primeiros livros da Bíblia como verdade divina
    Por fim, diriam alguns que, por ser ateu (mesmo que eu seja agnóstico) não deveria tratar desses assuntos. De forma recorrente me dizem algo como: "André te respeito muito é sua escolha de Não acreditar mais nEle tbm, mais eu não intendo como pode ( a pessoa) tirar tanto tempo para falar de uma coisa que não acredita...". A despeito do péssimo Português, essa frase estava num contexto em que não discutia a respeito de crer ou não em Deus, ou sobre sua existência. A mostrar o analfabetismo funcional mencionado acima.
    Os cristãos se revelam ignorantes sobre o que dizem acreditar. Dessa forma, não há como respeitar suas considerações sobre Deus ou algo que o valha, pois eles mesmos não respeitam o que têm como sagrado. Usam a Bíblia conforme suas conveniências e o Deus deles sequer os repreende.
    Se não precisam usar o texto em seu contexto para que texto? Muito menos sacralizar o que pode ser manipulado.
    Se ao menos seguissem Salomão, em Cantares, que transava com Sulamita debaixo das parreiras de uva...

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