O ''ROUBA'' X O ''MAS FAZ''
É muito difícil entender o que está acontecendo com o nosso eleitor, como foi na década de 1980 em São Paulo com Maluf: "rouba, mas faz!". Em sendo assim pensei em qual a sustentação para essa máxima que ora vemos dominar 70% da população de Criciúma. Para tanto dividi o "rouba, mas faz" em duas partes: o "rouba" e o "mas faz".
O "rouba"
Em se tratando de corrupção é um tipo de crime não objetivo, não está claro, tampouco atinge diretamente o cidadão, segundo sua própria visão. Não foi da sua conta bancária, nem da sua prateleira e nem da sua carteira que o dinheiro foi desviado. É algo distante. Sua situação de trabalho e família não foi alterada a ponto de ele se insurgir. A falta de remédio sempre existiu, o atraso na consulta médica sempre existiu, buracos nas ruas sempre existiram. São problemas do Brasil, não deste ou daquele município ou desta ou daquela administração.
O "mas faz"
Totalmente inverso do caso anterior o ''faz'' é objetivo. Está diante dos olhos, pisa-se nele. A fachada da escola, o posto de saúde, o asfalto, o parque, os aparelhos de ginástica... são coisas, estão materializadas. É mais simples de avaliar quando se pode estender a mão e tocar. Se a obra está superfaturada, se teve desvios de dinheiro ou se o material não foi exatamente o correto não será claro para o usuário. Afinal, sempre foram feitos remendos depois...
Certamente a reação às denúncias do Ministério Público contra a administração de Clésio Salvaro tomariam outro rumo para a população caso houvesse um dano que as pessoas sentissem em suas vidas, dentro de casa, em seus próprios bolsos. Além disso, vê-se que há justificativas para essa máxima quando completam com um "os outros roubaram e não fizeram", sem, contudo, qualquer constatação de que roubaram. Roubaram e pronto! Salvaro fez a leitura correta do eleitor que dará mais valor ao posto de saúde do que ao serviço nele realizado.
Segundo São Tomás de Aguino o bem só é de fato bom se o for em sua concepção, em seus meios e em seu fim.
Eu sei que a corrupção tira o remédio do posto de saúde, torna o asfalto mais fino e faz a briga pelo poder ser focada em projetos pessoais. E o eleitor percebe a dimensão disso?
O "rouba"
Em se tratando de corrupção é um tipo de crime não objetivo, não está claro, tampouco atinge diretamente o cidadão, segundo sua própria visão. Não foi da sua conta bancária, nem da sua prateleira e nem da sua carteira que o dinheiro foi desviado. É algo distante. Sua situação de trabalho e família não foi alterada a ponto de ele se insurgir. A falta de remédio sempre existiu, o atraso na consulta médica sempre existiu, buracos nas ruas sempre existiram. São problemas do Brasil, não deste ou daquele município ou desta ou daquela administração.
O "mas faz"
Totalmente inverso do caso anterior o ''faz'' é objetivo. Está diante dos olhos, pisa-se nele. A fachada da escola, o posto de saúde, o asfalto, o parque, os aparelhos de ginástica... são coisas, estão materializadas. É mais simples de avaliar quando se pode estender a mão e tocar. Se a obra está superfaturada, se teve desvios de dinheiro ou se o material não foi exatamente o correto não será claro para o usuário. Afinal, sempre foram feitos remendos depois...
Paulo Maluf, ícone do "rouba, mas faz", foi candidato à Presidência da República (1985) |
Segundo São Tomás de Aguino o bem só é de fato bom se o for em sua concepção, em seus meios e em seu fim.
Eu sei que a corrupção tira o remédio do posto de saúde, torna o asfalto mais fino e faz a briga pelo poder ser focada em projetos pessoais. E o eleitor percebe a dimensão disso?
Mas foi sempre assim!
Salvaro é como o Cadinho da novela, enquanto tiver o bem material ninguém liga pro imoral.
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